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Manifestação reuniu militares, agentes penitenciários e professores de todo o Estado em Belo Horizonte

Marcelo Lopes

Servidores da segurança pública, como bombeiros, policiais militares e civis, agentes penitenciários e professores realizaram uma manifestação, em Belo Horizonte, durante esta quarta-feira​ (06). A reivindicação é para melhores condições de pagamento para os servidores estaduais.

O vereador Sargento Élton (PEN), policial militar reformado, disse que 120 PMs lotados em Divinópolis saíram para a manifestação.

“Outras cidades do interior também enviaram policiais para cobrar uma atitude do Comandante Geral da Polícia Militar (Coronel Helbert Figueiró de Lourdes) e também do governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), que surrupiou R$ 3 bilhões de reais do Instituto de Previdência de Servidores Militares […] É extremamente perigosa a atividade policial e ainda tira a saúde, que retaguarda que ele irá ter? Se tomar um tiro, como ele vai ser atendido no hospital? Pois o policial militar não tem fundo de garantia, não tem insalubridade, não tem nada dos direitos de um trabalhador normal”, disse.

A manifestação teve inicio às 14h. Por volta das 15h, os manifestantes presentes adentraram ao Palácio da Liberdade para continuar o movimento e exigir de Pimentel os direitos nos quais eram reivindicados. O Governo do Estado conseguiu uma liminar para retirar os servidores que estavam protestando. O parlamentar criticou a atitude.

“Engraçado que o MST e a CUT invadem terras, acabam com as plantações destes fazendeiros e demoram-se meses e anos para liberar uma liminar. Será porque? Eu sei, pois não tenho medo, falo a verdade, o governo no PT deu aumento para o Poder Judiciário, para o Ministério Público, para a Assembleia Legislativa, para controlar esses órgãos, justamente para reprimir o funcionalismo público”, declarou.

Silvano Lopes, subtenente reformado, também estava na manifestação e disse que a mesma se desenvolveu normalmente, sem violência ou quebradeiras. Sobre o que o Governo intitulou como invasão, Silvano disse que se trata de inverdades.

“A manifestação se deu com muita tranquilidade, tentando mostrar para a comunidade que não há possibilidade das forças de segurança, proporcionar a segurança se o governador tiver confiscando o dinheiro do instituto de previdência, que nos dá uma certa condição de ter uma vida com mais tranquilidade em relação a saúde, tanto nossa, como dos nossos entes queridos”, disse ao PORTAL.

O policial disse que em Minas, são 29 mil os PMs presentes na reserva, que também estão revoltados com a situação e com a falta de repasses do Instituto.

Liminar

A liminar requerida pelo Estado pedia a saída dos manifestantes do local, que pertence ao Governo, ou caso contrário, seria efetuada uma multa de R$ 55 mil para as associações. Silvano, assim como Élton, também estranha a rapidez para a confecção do documento.

“É um paradoxo, pois como a associação que nos representa iria pagar se o Estado não está repassando o dinheiro, nem dos pagamentos? E como uma decisão judicial, oito horas depois, veio tão rápido em um país onde as ações vão tão devagar? Como os três poderes estão tão harmônicos?” indagou.

Posicionamentos

Através de uma nota, o governo informou que os manifestantes foram insuflados de forma irresponsável por um ex-policial a invadir o Palácio da Liberdade e também que a ação foi por oportunismo político para desestabilizar a segurança.

A Polícia Militar (PM) e o Corpo de Bombeiros emitiram uma nota conjunta e classificaram o ato como meramente eleitoreiros e político-partidários. Também relataram que a forma que foi conduzido nada acrescenta aos interesses da segurança pública, além de dizer que a manifestação prejudica e interrompe todo um processo de negociação que os comandos das corporações vinham estabelecendo junto ao Estado, além de causar impacto negativo junto à população.