Amanda Quintiliano

O prefeito eleito de Divinópolis, Galileu Machado (PMDB) vai assumir o cargo de cara com um desafio: pagar a folha de pagamento – com acerto dos comissionados – até o 5º dia útil de janeiro e ainda colocar o 13º salário de quase 40% dos servidores em dia. Caberá ao peemedebista também “cavar” receita para pagar o acerto dos comissionados da gestão anterior. Todas essas informações foram confirmadas nesta quinta-feira (29) pelo ainda prefeito, Vladimir Azevedo (PSDB).

Cerca de 27% dos servidores já receberam a gratificação natalina. Outra parcela da Educação terá o 13º depositado em conta ainda hoje. Já o restante terá que aguardar recursos. Nesta sexta-feira (30) já deverá estar na conta do município cerca de R$ 5 milhões referentes a repatriação. Mesmo assim, o dinheiro não é suficiente para colocar em dia a folha do benefício.

A expectativa é de que com a verba da repatriação cerca de 60% da categoria receba o benefício. A esperança e alternativa para quitar os outros 40% estão no IPTU e IPVA, ou seja, nos impostos de início de ano.

“A prefeitura tem dois mundos, primeiro semestre e segundo semestre. No primeiro semestre tem dois picos de receita sazonal, que de certa maneira, dá uma limpada nesta pauta em curtíssimo prazo”, comenta Azevedo, alertando:

“O que ocorre é que tem um problema estrutural e o segundo semestre vai chegar. Esse problema tem que ser enfrentado para que haja sustentabilidade financeira”.

Sem capacidade de investimento

A folha de pagamento consome cerca de 47% de todo o orçamento e, segundo Azevedo, em 2020, ela deverá consumir toda a receita eliminando totalmente a capacidade de investimento do município.

“No primeiro trimestre com IPTU e IPVA essas questões se acomodam, mas elas não se sustentam neste mesmo status quo que cria essa rede remuneratória estrutural. O prefeito, se descumpre a lei, é crime, se ele cumpre ele não dá conta, não há lastreamento de receita para dar conta deste gatilhamento de remuneração” completou e enfatizou fazendo uma menção a lei do gatilho: Ele quase terá que escolher qual lei ele não cumprirá.

O prefeito não quis comentar sobre qual caminho será o mais viável para o sucessor. Disse que não cabe a ele se manifestar, mas sinalizou uma revisão do Plano de Cargo, Carreira e Salários (PCCS) dos servidores.

“Ele [Galileu] terá, com sua equipe, com a força política de entrada de mandato com votação histórica e experiência pelo quarto mandato, eu como cidadão estou disposto a ajudar, enfrentar isso”, concluiu.