Vereador afirmou que cobertura da atenção primária é maquiada; Diretora foi criticada por vereadores
Com a superlotação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis, a atenção primária virou alvo dos vereadores, nesta terça-feira (28/6). Com 60 unidades de saúde cadastrada pelo Ministério da Saúde, 17 estão sem médicos. O reflexo bate na porta da UPA.
As críticas ficaram para a diretora de Atenção Primária Daniela Vasconcelos. Ela foi acusada pelos parlamentares de “ingerência”. A principal declaração foi do vereador Zé Braz (PV).
Citando a prestação de contas da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), mostrou preocupação com a falta de profissionais.
“Se existe unidade é só no papel para maquiar o sistema do governo e falar que tem cobertura e não tem”, afirmou.
Sem médicos nos postos de saúde, os pacientes recorrem a UPA. Dos atendimentos registrados nesta segunda-feira (27/6), 291 eram casos de atenção primária.
Dos pacientes, um era classificado como vermelho pelo protocolo de Manchester, ou seja, extrema urgência; oito eram laranjas; e 70 amarelos. Os demais, 262 verdes, cinco azuis e 24 brancos, poderiam ser atendidos nos postos.
“Se a atenção primária não consegue segurar esses pacientes, esses cidadãos nas suas unidades, a culpa é da diretora em atenção primária, por sua ingerência técnica”, disparou Zé Braz.
Como divulgado pelo PORTAL GERAIS, Divinópolis tem a menor cobertura da atenção primária, como pontuado pelo Ministéiro Público.
Atenção primária: Divinópolis tem a menor cobertura da região
Citando outros problemas da saúde, como contratos temporários de profissionais, Zé Braz disse que o “sistema de saúde está virando um tapa-buraco”.
“Saúde não tem remendo, não é tapa-buraco. Temos que ter pé no chão. Junto com essa Daniela aí, pelo amor de Deus, esse Júlio Barata (superintendente regional de Saúde) que nem aparece aqui, não toma providência”, afirmou e completou:
“A cidade nossa, o sistema de saúde está virando tapa-buraco. Está na hora de colocar o pé no chão e começar a concretizar. Tudo tem um limite”.
“Falha”
O vereador Roger Viegas (Republicanos) também não poupou críticas. Citando um relato de um cidadão, cobrou providências.
“Nas palavras da cidadã, a vacinação é de 8 às 16 horas, e está se encerrando ao meio-dia, por falta de funcionários, e isso é uma falha da atenção básica, falha de gerência”, declarou.
Na mesma linha, a vereadora Lohanna França (PV) chamou para reflexão e analisar o que tem gerado a falta de profissionais, como baixa remuneração ofertada aos médicos.