Amanda Quintiliano

 

As assinaturas foram recolhidas entre o final de outubro e início de novembro (Foto: Marina Assis)

As assinaturas foram recolhidas entre o final de outubro e início de novembro (Foto: Marina Assis)

Exatos 21.067 divinopolitanos votaram a favor da redução da tarifa de energia, quase 10% da população. O número pode parecer pequeno, mas ultrapassou as expectativas do movimento. A cidade perde apenas para Belo Horizonte em quantia de votos, onde foram contabilizados pouco mais de 25 mil. O índice está dentro da média para validar o projeto de lei.

 

Em todo o Estado, já somam mais de 400 mil votos, segundo a organizadora do movimento em Divinópolis, Maria Cataria do Vale. Pela lei, é necessária a assinatura de 1% do eleitorado mineiro – 144 mil votos – para poder entrar com o projeto na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

 

Para Catarina, o plebiscito representou a insatisfação de quem paga alto pela energia elétrica. “Não queremos essa energia mais cara, esse imposto”, reforçou.

 

A ação se repetiu em vários outros municípios. Só aqui na região Centro-Oeste, o plebiscito foi realizado em Arcos, Bom Despacho, Campo Belo, Cana Verde, Candeias, Carmo do Cajuru, Cláudio, Cristais, Divinópolis, Francelinos, Itaúna, Lagoa da Prata, Nova Serrana, Oliveira, Pará de Minas, Pitangui, São Francisco de Paula, São Gonçalo do Pará, além de Divinópolis.

 

A expectativa é de o número já divulgado ser ainda maior ao término da contabilização dos votos.

 

“Foi um trabalho ousado em todo o Estado, claro, não atingimos todos os municípios, mas atingimos todas as regiões […] e fiquei feliz com o resultado em Divinópolis, as pessoas estão tendo consciência de que não se trata de um movimento político partidário”, disse.

 

Avanço

 

No último final de semana, os 100 representantes dos movimentos mineiros se reuniram em Belo Horizonte para debateram o assunto e avançarem na elaboração do projeto. Nos próximos dias, um novo encontro será agendado para darem continuidade ao trabalho.

 

A iniciativa foi motiva pelo descumprimento da lei que determina a redução das tarifas de energia elétrica. Em meados de setembro de 2012, a presidente Dilma Rousseff anunciou que as residências brasileiras teriam redução de 16,2% na tarifa de energia elétrica e as indústrias redução de até 28%. A redução seria possível com diminuição dos encargos que incidem sobre a conta.

 

Números

 

Só para se ter ideia, em uma conta de R$ 100 o consumidor paga R$ 42 apenas em tributos. A cobrança rendeu para a Cemig, segundo a chefe do Comitê, nos últimos 10 anos, lucro de R$ 21 bilhões, sendo repassados para os acionistas R$16,8 bilhões. Só em 2010 o governo de Minas deixou de arrecadar R$ 9 bilhões em ICMS de grandes empresas.