Amanda Quintiliano
Só no ano passado, Divinópolis deixou de receber R$ 30 milhões em repasses de investimentos, ou seja, dinheiro que deveria ser aplicado em obras, como a do Hospital Público Regional. Dos R$ 40 milhões previstos para 2013 apenas R$ 11 milhões chegaram aos cofres públicos municipais. Os dados foram repassados pela Secretaria Municipal de Fazenda.
O reflexo disso são obras em atrasos. A construção do hospital, por exemplo, é custeada apenas com recursos estaduais. A contrapartida do município foi a infraestrutura da região. Apesar dos diversos anúncios de repasses de verbas feitos desde o início das obras, em 2010, até agora foram repassados à Prefeitura R$ 37,8 milhões. Para a conclusão ainda faltam R$ 37,9 milhões.
De lá para cá, a cada visita de representantes do governo estadual ou de deputados, é feito um anúncio como se fosse novidade. O último foi em julho do ano passado. Na época foi assinado convênio de R$ 42,9 milhões para a conclusão da obra. Mas, quase nada chegou, de fato, até agora, ao município. O reflexo disso pode ser o atraso da construção.
“As obras que dependem de recursos de outras esferas governamentais, normalmente, acontece isso. Por que às vezes, o governo federal e estadual, não estou fazendo nenhuma crítica, é apenas uma constatação técnica, eles projetam quando estão planejando a obra que irão passar uma quantia a cada ano, quando acontece a redução de receita, porque não atinge apenas os municípios, atinge a União, o Estado, isso vai sendo postergado e isso gera prorrogação da obra”, explica a diretora contábil, Geneci Martins de Moura.
Hospital
Serão 23 mil metros quadrados de área construída do Hospital Público. O atraso do repasse ainda não levou à paralisação da obra. Neste momento está na fase de acabamento que inclui revestimentos em reboco e gesso, instalações elétricas, de gases, ar-condicionado. Até agora 70% da obra foi concluída, segundo o secretário municipal de Saúde, David Maia.
“Essa é a fase mais complexa e cara, a de refinamento da parte hospitalar”, explica.
Paralelo a isso, foi iniciada a aquisição equipamentos. Com um convênio a parte, de R$ 13 milhões será comprada parte dos aparelhos. Estima-se um gasto de pouco mais de R$ 40 milhões para equipar a unidade.
“O recurso ainda não é suficiente, mas já dá para ir fazendo este trabalho paralelo e a instalação até a liberação de novos convênios”, esclarece.
A unidade terá capacidade para até 500 leitos, mas serão liberados, a partir do início do funcionamento, 210. Deste total, 30 serão para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI) adulto e 15 para o neonatal. Será atendida uma população estimada de 1,3 milhão habitantes de 55 municípios da região, contando Divinópolis. Só aqui, o déficit de leitos é de 183.