Divinópolis respirou cultura e letras neste final de semana. A Festa Literária de Divinópolis (Flid) reuniu cerca de 7 mil pessoas durante quatro dias no Teatro Municipal Usina Gravatá. Confira o registro da festa e do encontro nos bastidores entre Leila Ferreira e Elisa Lucinda no texto dos jornalistas Gabriel Rodrigues e Talita Camargos.

coluna-intervalo

Flid

Divinópolis recebeu na semana passada a segunda edição da Festa Literária de Divinópolis, a Flid. Organizada pela Gulliver Editora e pela Boutique do Livro – evento coordenado por Daniel Bicalho, Joubert Amaral e Juarez Noqueira – trouxe grandes nomes da literatura nacional ao Teatro Municipal Usina Gravatá, e segundo a organização, reuniu cerca de 7 mil pessoas durante os quatro dias de festa. Confira o registro da festa sob os olhares do jornalista Gabriel Rodrigues e da também jornalista e blogueira literária Talita Camargos.

 Abertura

Elisa Lucinda surpreendeu o público, e até mesmo Adélia Prado, ao homenagear a autora divinopolitana com o espetáculo “Puro pecado”, recital com as obras de Adélia. Ainda em fase final, a poetisa declamou com muita emoção os textos que ganharam uma roupagem sensual e dramática, que, segundo Lucinda, trazem o sagrado e o profano, concebidos na poesia da escritora mineira. Adélia parabenizou a atriz e se disse “exausta” com a imersão de Elisa nas obras dela.

Mais Lucinda

Na sexta-feira, o público que novamente lotou o Gravatá, foi conferir o trabalho da atriz, musicista e poetisa Elisa Lucinda. Ela encantou, interagiu com os presentes e ainda declamou poemas de sua autoria. Para finalizar, ela “pediu bis” e ainda estendeu por mais meia hora o bate-papo.  Durante o encontro, a escritora aproveitou para falar que estava encantada por Divinópolis, onde aproveitou para passear e até mesmo fazer compras, citou uma marca da confecção local que a vestia naquela noite.

Ser leve

O bate-papo com a jornalista e escritora Leila Ferreira foi um dos momentos mais aguardados da Flid. Os convites para a atração foram os primeiros a se esgotar e garantiram um teatro lotado. Leila foi mediada pela também escritora Ana Elisa Ribeiro e falou sobre o livro “A arte de ser leve”, além das experiências de vida. O público ficou emocionado e aplaudiu de pé a escritora que agora prepara uma obra de ficção. Após o bate-papo, a coluna conversou com Leila que disse: “Acho que o fato de ser um festival literário faz toda a diferença. Sou fascinada pelos livros. Tudo que tem a ver com o mundo dos livros me encanta. Quando se junta esse universo com uma outra paixão minha, que é o interior mineiro, é uma combinação fantástica. Como autora, saio gratificada, como leitora saio estimulada pelo contato com outros autores e ver a iniciativa de uma cidade em prol do amor pelos livros é uma coisa que não tem preço”, disse.

O que ninguém viu

A coluna registrou um momento único na Flid: o encontro das escritoras Leila Ferreira e Elisa Lucinda. Elisa presenteou Leila com uma de suas obras e foi responsável por entregar um livro autografado por Adélia Prado para a jornalista araxaense. Leila vibrou e se sentiu honrada com o mimo. Lucinda ainda contou para a jornalista que passou o sábado na companhia de Adélia, onde trocaram histórias, experiências e aproveitou para experimentar o sabor da culinária feita pelas mãos da escritora.

Moda e vida

A badalada blogueira de moda Cris Guerra surpreendeu a plateia da Flid. Com abordagens diferentes do usual sobre mundo fashion e a vida, a belo-horizontina foi aplaudida diversas vezes durante o bate-papo, arrancou gargalhadas e lágrimas do público. Além de “Moda Intuitiva”, ela assina o livro “Para Francisco”, que registra a alegria e tristeza vivida na época do nascimento do filho, quando perdeu o marido com sete meses de gestação.  Depois da sessão, muita gente fez questão de abraçar a blogueira, registrar o encontro e falar diretamente com ela. 

Estreia na Flid

Quem estava na Praça Literária da Flid no sábado assistiu a uma estreia diferente. O poeta veterano Chacal, um dos mais importantes da literatura contemporânea, recitou seus versos pela primeira vez. O público aprovou.  Pelo Facebook, o autor falou como era bom estar na cidade e ressaltou nomes dos poetas divinopolitanos como Adélia Prado e Dioli (no plural para mostrar que Divinópolis é solo fértil para versos). Ele também falou dos movimentos de poesia Barkaça e Dazibao.

Prosa e verso                                              

Quem assistiu aos autores Ana Elisa Ribeiro (cronista e poeta), Chacal (poeta), Rafael Carvalho (cronista) e Thereza Hilcar (cronista) pôde conhecer um pouco do cenário da literatura hoje.  O ponto mais discutido no bate-papo foi que tipo de poesia provoca o leitor. Segundo Chacal, aquela que reflete a realidade do leitor. Sobre crônicas, a jornalista Thereza Hilcar, lagoa-pratense radicada no estado do Mato Grosso, ressaltou a importância delas, já que é um texto curto, leve, que facilita a leitura de quem começa a se aventurar pelos livros.