As aulas do ensino fundamental começaram neste mês de março para 32 presos do Presídio de Abaeté. O ensino regular só se tornou possível com a construção, pelos próprios detentos, de uma sala dentro do presídio, que se tornou uma extensão da Escola Estadual Frederico Zacarias.
Agora, são 87 escolas em unidades prisionais administradas pela Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), além 27 em Centros de Reintegração Social (CRS’s) de Apac’s, e 3 no Complexo Prisional de Parceria Público-Privada (PPP).
A obra no Presídio de Abaeté foi a parte prática do curso de qualificação em carpintaria e alvenaria feito por 14 detentos, com recursos do Pronatec. O agente penitenciário Juliano Geraldo dos Santos se inscreveu e foi selecionado para ser o instrutor do curso. Juliano tem oito anos de experiência como pedreiro e faz questão de elogiar a turma do presídio.
“Esses podem trabalhar em qualquer empreitada quando conquistarem a liberdade”, atesta.
Levantamento recente da direção do Presídio de Abaeté mostrou que 83% dos detentos interrompeu os estudos ainda no ensino fundamental, enquanto 15% têm ensino médio completo ou incompleto. Três chegaram à unidade analfabetos e nem sequer frequentaram escola antes.
Novos horizontes
O diretor do Presídio de Abaeté, Ronaldo Gomides, diz que pretende ampliar o número de séries disponíveis no próximo ano, possibilitando a continuidade dos estudos para os presos que começaram agora e uma retomada para outros que já passaram pelos anos iniciais do ensino fundamental.
O estudo garante aos presos remição de pena, com redução de um dia a cumprir a cada 12 horas de frequência escolar; mas para frequentar a sala de aula é preciso atender alguns critérios de seleção. “Além de trazer uma nova perspectiva ao detento, a escola irá ajudar no controle da segurança dentro da unidade, pois apenas os que apresentam bom comportamento podem estudar”, lembra o diretor.