A vivo nega as acusações (Foto: Divulgação)

Além de cortes de cabos de empresas concorrentes, a empresa estaria cometendo outras irregularidades em Divinópolis

Marcelo Lopes

As reclamações de operadoras de telefonia e de internet contra a Vivo – Grupo Telefônica do Brasil – de cortar cabeamentos para a instalação do próprio serviço, em Divinópolis, também chegaram à Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint). Segundo Breno Vale, presidente da associação, a entidade soube dos fatos através de associados que são da cidade. Ele veio para o município para saber mais sobre o assunto, discutido em reunião na última sexta (10), para encaminhar, em denúncia para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em Brasília.

“Estive nesta quarta (15), na cidade e também no gabinete do vereador Roger Viegas (PROS), para saber como é que foi feita a reunião e fui buscar a documentação para que esta denúncia chegasse à Anatel. Precisava da ata da reunião ou um relatório da Comissão de Justiça. Aproveitei a ocasião e peguei mais informações com os provedores locais como fotos, boletins de ocorrência, tudo para levar um dossiê para a superintendência de competição, que já está avisada, mas ainda não protocolamos a denúncia, porque não tínhamos a ata”, disse Breno ao PORTAL.

Mais irregularidades

Além das denúncias de corte nos cabeamentos, Breno também disse citou suspeitas de outras irregularidades em Divinópolis, as quais ele denominou como anti competitivas entre a Vivo e outras operadoras.

“Acabei descobrindo que a Vivo também colocou alguns postes na calçada, do outro lado da rua, ou seja, temos um lado da via que há posteamento da Cemig e a Vivo colocou outros postes para facilitar o cabeamento dela”, contou.

“Isso é legal, desde que a Prefeitura aprove e existe um processo que tem toda uma questão de mobilidade de acesso. Onde o poste está instalado, na Rio Grande do Sul, um cadeirante não passa lá mais. Este fato ele é proibitivo até para competição, pois porque outras operadoras não puderam fazer a mesma coisa? Qual secretaria da Prefeitura de Divinópolis fez esta autorização?”, indaga.

Hoje as operadoras pagam pelo aluguel do poste para instalarem cada cabo de fibra óptica cerca de R$ 9,48 por mês.

Caixas de atendimento dos provedores também teriam sido arrancadas e deixadas nas calçadas pelas empreiteiras que trabalham a serviço da Vivo. Breno explicou que além da Anatel, também levará o caso para a Cemig e para a Prefeitura, cobrando explicações das duas partes.

“Acreditamos que estes postes estão sendo usados sem autorização da concessionária de energia (…) Não podemos inibir nenhuma operadora de entrar, isso é normal, mas não podemos deixar que outras parem de funcionar porque uma empreiteira contratada está fazendo algo para danificar as redes que os outros possuem”, finalizou Breno.

Segundo o presidente da entidade, a Cemig pediu um período de sete dias para analisar a denúncia e mandar documentações. Ele também contou que a Prefeitura ainda não respondeu, todavia, a resposta deve chegar ao Legislativo, que também procurou um posicionamento do Executivo.

Vivo

A vivo nega as acusações (Foto: Divulgação)

Procurada pelo PORTAL, a Vivo disse, em nota, que as obras da empresa são executadas mediante autorização da administração pública, seguindo critérios determinados pelas autoridades locais, inclusive para a recuperação de vias e calçadas de acordo com os padrões originais e que durante o período de obras, todos os colaboradores também são orientados a zelar pela infraestrutura já utilizada por outras ocupantes.

Prefeitura

O PORTAL também procurou um posicionamento do Executivo, mas até o fechamento desta reportagem, não foi obtido retorno.