Saúde pede conscientização e alerta sobre festas clandestinas; Detalhes sobre a situação da cidade foram divulgados em coletiva
Marcelo Lopes
Fernanda Barreto
Os índices de transmissibilidade, relacionados à aglomerações e a positividade de testes para a COVId-19, foram os fatores que, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), mais contribuíram para que a microrregião de Divinópolis regredisse à Onda Amarela, do programa Minas Consciente. Mais detalhes sobre o atual status da cidade, foram divulgados, em uma entrevista coletiva virtual, na manhã desta quarta-feira (07).
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De acordo com o secretário de saúde, Amarildo de Souza, na Onda Verde, há uma liberdade, até mesmo com o possível retorno das aulas em escolas particulares, o que, com a amarela isso não será permitido. Ele declarou que o comitê de enfrentamento levou uma série de medidas, na tentativa de que durante esses 15 dias de observação, a cidade voltasse à Onda Verde, pois se a deixar, sem as restrições, o município está caminhando a passos largos da onda vermelha.
“Acreditamos que um segmento é responsável pelo outro. O Minas Consciente permite que a prefeitura seja mais restritiva dentro das ondas, percebendo e freando as atitudes que podem piorar o cenário. A Onda Vermelha é a pior de todas, pois vai acarretar no fechamento total do comércio não essencial. Nesse sentido, o prefeito acatou algumas restrições propostas pelo comitê para que seja possível de voltar à Onda Verde. Por isso, haverá a redução do horário de funcionamento do comércio no sábado do dia 17 e dos bares na segunda e terça, além das restrições já presentes no programa”, disse o secretário.
Escolas
De acordo com a diretora de vigilância em saúde, Janice Soares, as escolas estão fechadas desde 18 de março e muitas crianças estão fazendo aulas on-line, tanto na rede privada quanto na rede pública, mas não se sabe qual está sendo a eficácia dessas aulas.
“Sabemos de crianças que estão tendo problemas psicológicos e sociais, devido ao fato de estarem presas em casa por causa da pandemia. Caso as escolas públicas consigam retornar em janeiro e as privadas não, é preciso refletir sobre como as escolas públicas farão a absorção dos alunos que virão delas”, descreveu.
Janice afirmou que para que as escolas possam retornar, é preciso baixar a taxa de incidência e a taxa de óbitos, as quais registraram um aumento em Divinópolis, sendo um dos fatores que causaram o regresso à Onda Amarela. Ela afirmou que dados precisam baixar até o mês de dezembro, para que possa haver o retorno das aulas no próximo ano e é preciso que os outros segmentos pensem nas crianças.
Eventos
Com a regressão, todos os eventos ficam suspensos com a Onda Amarela. Janice citou as partidas que o Guarani terá em Divinópolis, pelo Módulo II do Campeonato Mineiro. Como se trata de um clube profissional, ele declarou que poderá haver a restrição das bilheterias e enfrentamento dos times, sem torcida, o que está de fato previsto para acontecer. Em outros casos de prática esportiva, como campeonatos amadores, não existirá essa possibilidade.
“Infelizmente com a Onda Amarela, estão suspensas as atividades de lazer como o aluguel de objetos pessoais e domésticos, atividades de recreação e lazer como o entretenimento nos bares e restaurantes, festas e eventos, filmagens, casamentos, cinema e atividades pessoais como agências matrimoniais, sauna e banho e serviços de tatuagem e colocação de piercings. O clube que tem aulas de natação e ginástica pode exercer atividades esportivas, não podendo realizar festas ou o uso de lazer das piscinas”, explicou.
Preocupação e restrições
Amarildo chamou a atenção para a realização de festas clandestinas, sítios em finais de semana e a utilização do transporte público, entre o aumento do fluxo de pessoas e que tudo isso afeta o índice de transmissibilidade. Em relação às lojas, o secretário declarou que os próprios lojistas colocam as regras, mas que outros estabelecimentos tiveram contaminações em massa dos funcionários, por não obedecerem os protocolos. Sobre as restrições, Sousa declarou.
“As restrições foram impostas e estão descritas no programa do Minas Consciente Elas não foram afrouxadas, haviam as permissões. O afrouxamento não é por parte do poder público, mas dos segmentos, que acabam não tomando as precauções necessárias. Estão sendo feitos eventos em sítios, com mais de 400 pessoas, com cantores convidados, que atraem público”, detalhou.
O secretário disse também que pelo período de incubação do vírus e apresentação dos sintomas e o agravamento, que ocorre após 14 dias de contaminação, contando o feriado de 7 de setembro e analisando os dados do final do mês, é visível que houve o desrespeito das restrições neste período.
Amarildo declarou que se próximo feriado for assim, quando o final do mês chegar, haverá a mesma situação atual e a dificuldade em retornar para a Onda Verde.
“As flexibilizações devem acontecer com responsabilidade e respeito às regras sanitárias. O comportamento desrespeitoso reflete no aumento de incidência e de ocupação hospitalar. Se os protocolos forem respeitados, as flexibilizações poderão aumentar. Os hábitos como o distanciamento e as máscaras deve se tornar uma rotina entre os cidadãos”, detalhou.
Na coletiva, Amarildo destacou que pelo protocolo do Minas Consciente, o retorno à Onda Verde só pode acontecer depois de 28 dias, sem o aumento de incidência e que foi solicitado, pelo comitê, a revisão do prazo pelo comitê estadual, mas ainda não houve respostas.
“Infelizmente com a onda amarela, estão suspensas as atividades de lazer como o aluguel de objetos pessoais e domésticos, atividades de recreação e lazer como o entretenimento nos bares e restaurantes, festas e eventos, filmagens, casamentos, cinema e atividades pessoais como agências matrimoniais, sauna e banho e serviços de tatuagem e colocação de piercings. O clube que tem aulas de natação e ginástica pode exercer atividades esportivas, não podendo realizar festas ou o uso de lazer das piscinas”, disse.
Segundo Janice, o fechamento do comércio aos sábados e da proibição da bebida alcoólica nos restaurantes, se deve ao fato de que muitas pessoas de fora vem para a cidade nos fins de semana, o que causa aglomerações que não estão respeitando as restrições e afetando o índice de incidência. Foi detalhado que o índice de isolamento caiu 32%.
“Um índice melhora com a diminuição dos outros. A preocupação do comitê é com o mês de dezembro que traz uma necessidade do comércio na época de fim de ano”, contou a diretora.
Amarildo detalhou a situação dos profissionais de saúde, os quais alguns estão cansados e outros foram contaminados.
“Os cuidados com os pacientes de COVID são dobrados, o que aumenta o serviço. A Semusa está tendo dificuldade para contratar funcionários, que não estão querendo trabalhar no setor devido ao medo e riscos”, finalizou.