Amanda Quintiliano
Os vereadores do PMDB, Hilton de Aguiar e Adair Otaviano se estranharam em plenário por não entrarem em acordo quanto à votação de um projeto. O auge da discussão foi quando Hilton, disse que o médico Alberto Gigante não deveria ir para a UPA-Sudeste. Adair classificou a afirmação como quebra de decoro parlamentar e disse que denunciará ao partido o comportamento do colega de bancada.
A matéria em votação era a que adequa a jornada de trabalho e o salário de médicos e técnicos de enfermagem ao Sistema Integrado Municipal de Saúde (SIM-Saúde). Adair, líder do PMDB, defendia o adiamento da votação por considerar a proposta inconstitucional. Na contramão, Hilton votou a favor da inclusão e somou os votos para aprovação. Já o colega de partido se absteve de votar.
Durante a justificativa do voto, Hilton defendeu a matéria e disse que ela beneficiará a população com o redesenho do sistema de saúde e criticou profissionais. Para Adair, as afirmações foram pejorativas e não seguem as diretrizes do PMDB.
“Não tem condições de você, como líder de uma bancada nesta Casa, tomar uma linha e seu companheiro tomar outra. Vou levar até o diretório municipal que está acontecendo este tipo de coisa no parlamento. Eu já vi este vereador cometer equívocos aqui […] No dia da audiência ele teve problema com o médico do pronto-socorro e hoje ele citou o nome do Dr. Gigante pejorativamente. Está gravado. O partido tem uma ética partidária que não é de atacar e agredir as pessoas”, disse Adair.
“Não somos donos do nosso mandato, nosso mandato é do partido e temos que seguir as diretrizes dele. Não é possível que toda decisão que for tomada aqui tenha que ser por escrito”, acrescentou.
Adair também ameaçou deixar a liderança do partido e afirmou que Hilton deve está se alinhando à oposição.
“Só aceito ser líder do PMDB se o partido colocar que os vereadores devem seguir as mesmas diretrizes. Parece que ele
está sendo orientado pelo partido da oposição, que é o PSDB, e eu quero saber se o PMDB, o presidente municipal, Galileu Machado, o vice, Fausto Barros, vão aceitar que essa linha de raciocínio seja seguida”, enfatizou.
Defesa
Em sua defesa Hilton disse que não houve nenhuma orientação do partido quanto a votação do projeto EM 021/2014. Afirmou ainda que respeita a legenda, mas que o mandato é dele, pois foi ele o eleito.
“Não conversamos nada sobre esse projeto. Quando eu peço voto eu peço para Hilton de Aguiar e não para Adair Otaviano. Não sou candidato a deputado estadual como outros são. Votei e votarei a favor do povo. O Galileu sempre foi a favor do povo, ele não ouvia meia dúzia não […] Respeito o partido, mas o mandato é do Hilton e partido não mandou nenhuma orientação […] Quem me elegeu foi o povo e tenho que dar satisfação para o povo”, se defendeu.
A reportagem tentou contato com o presidente do PMDB, Galileu Machado, mas ele não foi encontrado para falar sobre o assunto.