Amanda Quintiliano

A Polícia Civil apresentou o resultado das investigações envolvendo a morte do advogado João Henrique Antunes da Costa, na época com 40 anos, no dia 25 de janeiro do ano passado. Dois homens estão presos e um adolescente apreendido suspeitos de envolvimento no latrocínio.

O inquérito revelou que a vítima era usuária de drogas e tinha passado o final de semana com os suspeitos. Eles estiveram em bares da região do bairro Mangabeira, um deles conhecido como “Bar do Bodão” e depois foram em duas casas noturnas, primeiro na “Pathernight” e depois na “Vim te Ver”.

João foi morto ao sair da boate “Vim te Ver” as margens da MG-050. Um dos suspeitos, Osvânio Pacífico Rodrigues, 18 anos, dirigia o veículo da vítima, um corolla, enquanto ela estava no banco de passageiro. O outro suspeito, Lucas Cosme Carvalho estava no banco de trás e disparou um tirou na altura da nuca.

Após matar o homem, o corpo foi jogado às margens da rodovia. O inquérito ainda revelou que no momento do crime a vítima fazia uso de cocaína.

Os bandidos fugiram e esconderam o carro na BR-494, em Itapecerica. O veículo foi encontrado no mesmo dia pela polícia.

Motivação

O crime teria ocorrido devido a existência de uma suposta arma. Enquanto esteva no “Bar do Bodão” com os suspeitos, a vítima mencionou que tinha no porta-luvas do carro um revólver mais potente em relação a um mostrado por um dos envolvidos no crime.

“A partir disso os bandidos cresceram os olhos tanto para a arma de fogo, como para o veículo […] A partir daí eles planejaram de forma organizada como cometeriam o crime”, conta o delegado responsável, Marco Henrique Mont’Alverne.

A Polícia Civil suspeita que os bandidos estavam interessados na arma para utilizar em explosão de caixas eletrônicos. Entretanto, nenhum revólver que pertenceria ao advogado foi encontrado. Não havia nenhum registro em nome da vítima.

“Um dos artífices desta empreitada criminosa morreu dias depois em uma troca de tiros com a Polícia Militar quando iria participar de uma explosão”, explica o delegado.

Diego Alessandro era o dono da arma mostrada à vítima no bar e seria um dos mandantes. Ele não estava no veículo do momento do crime. O suspeito morreu no dia 28 de janeiro, três dias após o latrocínio, em um confronto com a Polícia Militar na BR-494, em Itapecerica.

Inquérito

O inquérito ainda aponta o envolvimento de dois adolescentes. Um deles está apreendido e o outro ainda não foi detido.

“Eles participaram no sentido de atrair e criar situação para que ele fosse morto. Testemunhas confirmam ter visto os menores minutos antes dele ser assassinato na boate. Quem de qualquer forma concorre para o crime irá responder, no caso deles, serão processados perante a Vara da Infância”, explica o delegado regional, Leonardo Pio.

A Polícia Civil irá apresentar o relatório do inquérito à Justiça nesta quarta-feira (05) com pedido de prisão aos dois envolvidos e também de apreensão aos adolescentes.

Osvânio e Lucas estão presos no presídio de Oliveira pelos crimes de tráfico e roubo, respectivamente. Ambos são de Carmo da Mata. Osvânio era menor na época do crime e o processo irá tramitar na Vara da Infância e Juventude. Já Lucas irá responder por latrocínio. O crime prevê pena de 20 a 30 anos de prisão.

Investigação

As investigações, na época do crime, foram transferidas para a delegacia de homicídio de Belo Horizonte. Segundo o chefe de departamento, Ivan a decisão partiu da chefia da polícia devido a repercussão. Em janeiro desde ano, ainda sem conclusão, a regional de Divinópolis pediu para assumir o caso.

“Em 53 dias que o inquérito chegou a Divinópolis, o Dr. Leonardo Pio designou uma equipe para ficar exclusivamente com esses casos de homicídios mais complexos e este é um dos exemplos de resultados positivos com prioridade”, afirmou.

Ao contrário do divulgado na época, a vítima não possui nenhuma passagem pela polícia. A Polícia Militar havia informado que ele tinha passagem por estelionato.