Greve dos caminheiros chega ao quinto dia e sem precisarão para acabar
Marcelo Lopes
Já chega ao quinto dia a paralisação dos caminhoneiros contra os constantes reajustes feitos nas tarifas dos combustíveis, que faz parte de uma política adotada pela Petrobrás, desde julho do ano passado. Os protestos estão sendo realizados nas principais rodovias de Minas Gerais.
Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), os motoristas estão se manifestando, de forma pacífica, no acostamento das estradas na região do quilômetro 132 da MG-050. Já na BR-381, em Oliveira, no alto do quilômetro 617, a situação segue da mesma forma, mas os caminhoneiros se concentram em um posto de combustíveis localizado na região. Há uma restrição para veículos de carga, inclusive furgões e caminhonetes nos dois sentidos da rodovia. Os demais trafegam normalmente.
Turismo
De acordo com Mariana Bicalho e Flavia Fragoso, a paralisação traz reflexos para todos, mas no âmbito do turismo, ainda não foram vistos reflexos negativos. Mesmo assim, elas preferiram trabalhar com prudência, caso a situação se agrave.
“Monitoramos as informações que recebemos das companhias aéreas e aeroportos e verificamos a situação de cada passageiro. Todas as empresas aéreas estão com planos de contingência, para amenizar impactos, então estamos consultando todos os voos dos nossos passageiros antes de irem para os aeroportos, e orientamos que todos façam isso”, disseram.
As agentes de viagens relataram ao PORTAL que alguns voos saem com atraso, mas todos acabam embarcando. Caso a greve continue, elas acreditam que terão alguns cancelamentos e quem se programou para viajar de carro no feriado, por exemplo, pode precisar se reorganizar. Elas explicam que as companhias aéreas anunciaram paliativos para os clientes, em caso de cancelamentos, como flexibilização das regras, isenção da cobrança de taxa de remarcação e ausência de multas para os passageiros.
“De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) ‘mesmo com a escassez de combustível nos aeroportos”, todos os voos em operação seguem abastecidos conforme os regulamentos exigidos’’, declararam.
Já Amilton Saliba, proprietário de uma outra agência, disse que onde trabalha, houve uma drástica queda nas vendas,de aproximadamente 70%. Mesmo com a época de baixa temporada, não há uma demanda para a venda de pacotes de viagens e passagens aéreas.
“Não há o combustível para os aviões e assim complica, não tem como. Ainda gera a insegurança também. Vamos torcer para que se resolva e o pessoal ponha a mão na consciência, pois o preço dessa forma, só imposto sendo cobrado (…) estamos torcendo para que ocorra da melhor maneira possível, pois se continuar, será uma calamidade”, disse Amilton.
Onde Elizabeth Sousa trabalha, o fluxo nas vendas não mudou, mas ocorreram modificações nas viagens
“Tínhamos passageiros que estavam indo para Caldas Novas e tiveram que mudar a data, outros também que fizeram o mesmo. Acredito que teremos muitas alterações em virtude da greve, tanto em viagens aéreas como terrestres. Nessa semana, justamente por causa dos feriados, muita gente tá viajando, então vai refletir muito e acredito que também seja assim nas vendas, caso a greve continue”, finalizou.
Serviços
A Secretaria de Educação do Estado, em nota, determinou a suspensão das aulas em todas as escolas da rede estadual, nesta sexta (25), devido às dificuldades geradas pela crise de abastecimento.
Em comunicado feito pela Copasa, a companhia disse que, no momento, o abastecimento de água e as estações de tratamento estão funcionando normalmente nas cidades onde a empresa atua, porém, a situação é de alerta, pois caso a paralisação se prolongue, o abastecimento poderá se prejudicar.
Já no SAMU, a situação é grave. A assessora de comunicação, Anna Lúcia Silva, comunicou ao PORTAL que as ambulâncias rodaram muito na noite anterior e uma coletiva está sendo convocada para a manhã desta sexta (25), em um regime de urgência para esclarecer a situação atual. Os detalhes serão publicados ainda hoje, no Portal Centro-Oeste.
Fim da greve?
Após uma reunião que durou mais de seis horas durante essa quinta (24), com a participação de representantes dos caminhoneiros, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo), Eduardo Guardia (Fazenda) e Valter Casimiro (Transportes), foi anunciada uma proposta do Governo Federal sobre um acordo com o objetivo de suspender a paralisação.
Como principais pontos do acordo, estão a reduzida total da alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), em 2018, sobre o diesel e manter a redução de 10% no valor do combustível nas refinarias pelos próximos 30 dias, com a condição de uma trégua nas manifestações por 15 dias. Os ministros esperam que a situação se normalize até a próxima segunda (29), mas como foi visto nesta reportagem, os protestos ainda continuam.