Vinícius Luz
O Rio Itapecerica já tem um visível e extenso tapete verde formado pelos aguapés em vários pontos de sua extensão. O crescimento da planta é comum, mas se torna uma praga quando o rio está poluído e ajuda a piorar a situação do curso d’agua. Segundo o ambientalista Jairo Gomes Viana, as medidas adotadas pelas autoridades não resolvem o problema e apenas com a despoluição este será resolvido.
O ambientalista explica que os aguapés são comuns nos rios, porém a proliferação exagerada é resultado da poluição. As plantas impedem a passagem de luz solar para o leito do rio e assim ajudam no apodrecimento de outras vegetações e permitem a formação de gases tóxicos. “Com isso a poluição que já está ruim é agravada, os próprios aguapés ajudam a piorar a situação criada pelo esgoto com essa emissão de gases”, conta.
Segundo Jairo, a situação chegou a este ponto porque na região conhecida como “Prainha do 48” houve por anos a extração de areia o que tornou o rio mais estreito na região. Ele afirma que há pontos onde o rio tem apenas 4 metros de largura e um palmo de lamina de água. Com isso a velocidade do Itapecerica reduziu o que torna a proliferação das plantas mais fácil já que elas conseguem se fixar.
“O rio foi estrangulado. Em pontos onde havia corredeiras não há mais. Não tem mais a velocidade necessária para levar os aguapés e com isso eles apenas se espalham”, ressalta. Outros fatores como o assoreamento também ajudam a piorar a situação e criar um ambiente propício para o crescimento da planta.
O ambientalista reforça que as medidas para resolver o problema são a despoluição do rio, e principalmente um acompanhamento a partir do mês de maio para reduzir o crescimento exagerado. Segundo ele, a situação seria menos agravante se as autoridades fizessem a retirada dos aguapés da margem periodicamente evitando que ele se acumulasse.
“Não adianta retirar quando já esta cobrindo boa parte da superfície do Rio, e esperar que as cheias do final do ano expulsem o restante”, completa.
Mutirão
A prefeitura informou que será realizado um mutirão para retirara dos aguapés dos pontos mais críticos e que este está sendo organizado. Porém, não foi fixada ainda a data.
A Copasa em nota informou que a despoluição do rio já começou com o tratamento de esgoto nas cidades de Cláudio e Itapecerica. O projeto do esgotamento sanitário já teve início e a empresa afirma que já está em negociação ambiental a liberação de áreas para a implantação de interceptores e da estação de tratamento de esgoto da bacia do Rio Itapecerica. O prazo é que tudo termine até 2016. A Copasa também se dispôs a ajudar na retirada dos aguapés junto a prefeitura caso necessário mesmo não estando no acordo de despoluição firmado em 2011.