Apesar do mecanismo de devolução do Banco Central, os criminosos conseguem reverter transações, causando prejuízos às vítimas.
À medida que o Pix se consolida como método preferencial para pagamentos e transferências financeiras, cresce também o número de golpes direcionados a clientes bancários. Um desses golpes, amplamente difundido recentemente nas redes sociais, é conhecido como o golpe do Pix errado. A reportagem preparou uma análise detalhada para ajudar os usuários a compreenderem a estratégia dos criminosos e como se proteger contra essas tentativas fraudulentas.
A operação do golpe
O Pix alcançou um recorde de 224 milhões de transações na última sexta-feira (05/07), segundo dados do Banco Central (BC). Com esse volume expressivo, é provável que ocorram transferências acidentais.
É neste contexto que os golpistas iniciam o golpe do Pix errado. Eles começam transferindo valores para a conta da vítima utilizando números de telefone como chaves Pix, que são facilmente obtidos.
Fraudadores
Logo após a transferência, os fraudadores entram em contato com a vítima, seja por ligação ou mensagem via WhatsApp, alegando o erro na transferência e solicitando a devolução do dinheiro.
“Eu estava esperando um depósito para pagar o aluguel, mas o valor foi enviado para o número errado. Você poderia transferir de volta?”, relatou um usuário do antigo Twitter, cuja mãe teve R$ 600 creditados na conta.
Identificando o golpe
Um dos sinais de alerta é a solicitação de devolução para uma conta diferente da original da transferência. Verificar o extrato bancário é crucial para confirmar se o valor foi realmente depositado.
Muitas vítimas, ao verem o dinheiro em sua conta, acabam caindo na armadilha dos golpistas e realizando um novo Pix para a conta indicada, consumando o golpe.
Procedimento de estorno
O prejuízo ocorre porque os golpistas utilizam o Mecanismo Especial de Devolução (Med) para reverter a transação, alegando terem sido enganados pela própria vítima.
As instituições financeiras analisam a transação contestada. No entanto, quando percebem que a vítima original recebeu o valor e o transferiu para outra conta rapidamente, interpretam isso como indício de fraude e retiram o dinheiro do saldo da vítima, beneficiando o golpista.
- Grave acidente deixa duas vítimas carbonizadas e uma ferida próximo ao trevo do Beira Rio
- Defesa Civil de Minas Gerais conta com tenda modular para período chuvoso
- Carros caiem em ribanceira de quatro metros na BR-262
- Pista molhada causa acidente grave na MG-050 em Pedra do Indaiá
- Chuvas persistem em Divinópolis neste sábado
Mesmo que a vítima perceba o golpe e acione o mecanismo de devolução, a conta para onde o dinheiro foi transferido pode já estar zerada, impossibilitando a restituição do prejuízo.
Botão “devolver”
O Banco Central orienta os usuários a utilizarem a opção de devolução disponível nos aplicativos bancários para reverter transações recebidas erroneamente. É importante diferenciar essa ação de uma nova transferência, pois o “devolver” estorna o valor para a conta de origem do Pix inicial.
Esse procedimento é fundamental para desmantelar tentativas de fraude e não configura irregularidade caso o golpista também acione o mecanismo de devolução.
Med 2.0
Diante desses desafios, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) propôs ao BC o Med 2.0, visando ampliar o bloqueio de recursos fraudulentos em várias camadas de contas, tornando o sistema mais robusto contra golpes dessa natureza. Segundo a federação, o desenvolvimento do MED 2.0 acontecerá no decorrer de 2024 e 2025 e a implantação será em 2026.
*Com informações da Agência Brasil