Donos dos estabelecimentos estão pagando até 30% mais caro pelo produto; Queda no movimento também é sentida

Parceira constante do arroz e feijão, a carne, nos últimos dias, passou a pesar no orçamento dos consumidores brasileiros, devido ao preço cada vez mais difícil de se digerir. Segundo a Revista EXAME, de setembro até agora, o valor da carne bovina já subiu quase 50% nos açougues do país. Divinópolis não ficou de fora.

Nos restaurantes e churrascarias da maior cidade do Centro-Oeste, este reajuste causou efeito para os comerciantes, que viram de perto, os números crescerem, tanto no valor da compra, quanto na influência do preço nos seus cardápios.

Ao PORTAL GERAIS, William Ribeiro, administrador de um restaurante no centro da cidade, relatou que tem pago até 30% mais caro pela carne. Sem alternativa, o jeito foi repassar parte do custo para o cliente. O preço do self service aumentou 4,5%.

“Vimos mais os aumentos nas peças que costumamos comprar, como alcatra, por exemplo”, disse.

A situação é semelhante no restaurante de Daniel Fontes. De acordo com ele, a situação acarreta no custo, mas no estabelecimento, apesar do aumento, o proprietário preferiu manter o preço dos pratos. A esperança dele é que o reajuste seja revertido, fazendo com que o valor do produto diminua.

“Pelo menos essa é a nossa esperança, que não aconteça igual ocorreu com a gasolina, que aumentou e nunca mais caiu. Geralmente frango, aves, carnes bovinas e suínas, sempre têm estes reajustes no fim do ano e dá aquela caída de novo”, contou Fontes ao PORTAL.

Sem repassar o preço, o impacto foi no lucro, que caiu cerca de 10%.

Mais aumento

Proprietário de uma churrascaria, João Neto está pagando cerca de 23% a mais pela carne bovina. De acordo com o empresário, o aumento pesou mais no preço da picanha e do contra filé.

“Tivemos um aumento de 20% em cima do cardápio e isso na verdade, só repassado no preço da carne. Os clientes estão vindo menos, porque depois do aumento, diminuíram a frequência”, falou.

Já no restaurante o qual Fábio Ferreira trabalha no setor de cotação, o aumento do preço de compra chega a ser de 30% a 40% e isso influenciou no valor do cardápio, que cresceu de 5% a 6%.

Contra filé, filé, picanha e fraldinha são as peças mais caras. Fábio crê que este reajuste deverá ocasionar problemas no abastecimento até o mês de junho do ano que vem, pois, de acordo com ele, por causa dos preços, o número de pessoas que trabalham com carne bovina na região, diminuiu.

“Devido ao preço de dois anos atrás, principalmente na região, muita gente parou de trabalhar com carnes bovinas, então hoje os próprios açougueiros estão saindo longe para buscar os produtos. Aqui nesta região, o mercado está bem desabastecido”, finalizou.