A aluna, vítima de injúria racial, estuda na escola Santo Tomaz de Aquino em Divinópolis (Foto Reprodução Google Maps)
A aluna, vítima de injúria racial, estuda na escola Santo Tomaz de Aquino em Divinópolis (Foto Reprodução Google Maps)

Após relatos de injúria racial, diretor registrou boletim de ocorrência; Adolescente acusada pediu transferência para outra escola

Uma adolescente, de 16 anos, denunciou caso de injúria racial em uma escola de Divinópolis (MG). Acompanhada pelos pais, do diretor da instituição procurou a polícia e, então, registrou Boletim de Ocorrência. O caso aconteceu na quarta-feira (23/8) na Escola Estadual Santo Thomaz de Aquino, no bairro Porto Velho.

De acordo com a vítima, o caso aconteceu outras três vezes. Conforme relato à PM, outros colegas contaram a ela ter ouvido o momento em que a adolescente, de 14 anos, a chamou de “neguinha”.

Entretanto, disse não ter ouvido diretamente da suspeita.

A aluna, de 14 anos, suspeita da injúria alegou que teria brincado com outras amigas a respeito de um penteado de cabelo dizendo: “trancinha de neguinho”.

Ainda segundo o boletim, ela argumenta não ter citado nomes e que não teria dirigido as palavras à aluna.

“Neguinha”

As ofensas aconteceram durante os jogos interclasses, dentro da escola. A suspeita também criticou o cabelo da vítima e usou termos racistas para se referir a ela e outras estudantes.

Então, ao saber da situação, a aluna ofendida levou o caso à direção da escola. Com isso, a direção chamou os pais das alunas.

Agora, o caso deve ser investigado pela Polícia Civil que instaurou inquérito.

A estudante suspeita de usar termos racistas pediu transferência, nesta sexta-feira (25/8).

Veja o que diz a Secretaria de Estado de Educação:

A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informou que uma estudante da unidade procurou a direção para relatar acusação de injúria racial feita por uma colega.

A Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Divinópolis, responsável pela coordenação da escola, esclarece que a

Com isso, a gestão escolar convocou os responsáveis das duas estudantes para uma reunião sobre o ocorrido. Desta forma, segundo a SEE, a direção prestou todo apoio aos envolvidos.

“Inclusive, acompanhando-os até uma base comunitária da Polícia Militar para registro de um boletim de ocorrência”, informou.

Diante dos fatos, a família da estudante acusada solicitou transferência da unidade nesta sexta-feira (25/8).

“A SEE/MG ressalta que a direção da unidade não tinha conhecimento de episódios semelhantes anteriormente”, disse.

Também afirmou que desenvolve ações de combate à descriminação e aos mais diversos tipos de preconceito. Deste modo, com atividades pedagógicas e de conscientização, que são trabalhadas nas escolas estaduais.

Entre elas, destaca-se o Programa de Convivência Democrática, que aborda questões importantes como respeito à diversidade, tolerância e limites.

A secretaria ainda disse repudiar quaisquer atitudes, condutas e manifestações de discriminação racial ou étnico-racial, preconceito e racismo.

“As práticas discriminatórias são atitudes graves, que violam os Direitos Humanos, a Constituição Federal e outras leis específicas, que tratam do respeito ao outro e da igualdade entre todos”, destacou.

Contudo, ressaltou que estes marcos legais são trabalhados na rede e destinados a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades. Além disso, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos, o respeito às diferenças e o combate à discriminação.

Assim como, as demais formas de intolerância étnica que tratam do respeito à integridade física e emocional de todos os estudantes.