Cerca de 150 estudantes participaram da caminhada (Foto: Grêmio Estudantil)

Estudantes de mais uma escola de Divinópolis aderiram à paralisação nacional “em defesa da educação, do SUS e dos direitos trabalhistas”. A partir do final da tarde desta terça-feira (25) os alunos da Escola Estadual Monsenhor Domingos irão ocupar a instituição. O ato é em protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita gastos do poder público.

A PEC deve ser votada ainda hoje (25) em segundo turno pela Câmara dos Deputados. Em Divinópolis está é a segunda escola ocupada por estudantes. A primeira foi a Joaquim Nabuco. Para os alunos, a proposta irá impactar negativamente em projetos sociais e também nas áreas da saúde e educação. Eles temem o fim de programas como Fies, Prouni (veja vídeo).

“Se a gente não tiver educação de qualidade não teremos praticamente nada, porque ela é a base de tudo para a sociedade”, afirma a estudante do 2º ano da Escola Joaquim Nabuco, Ana Rosa Bernardes.

“Porque não começa a mexer pelos salários dos deputados. Sabemos que eles têm vários auxílios: auxílio moradia, transporte […] Como eles disseram que os professores precisam dar aula por amor, eles também precisam prestar o serviço deles por amor e não por dinheiro. Eles devem começar por cima e não por baixo onde há mais carência de investimentos”, completou a estudante do 3º ano, Ana Clara.

Caminhada

Para chamar a atenção, cerca de 150 jovens saíram às ruas de Divinópolis nesta terça-feira (25). Eles se concentraram no quarteirão fechado da Rua São Paulo e depois fizeram uma caminhada. Ao longo do dia, atividades serão promovidas, como partidas de vôlei, futebol, dança. Os estudantes também participam de palestras com professores.

Um dos palestrantes foi o professor de filosofia da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) e da rede municipal de ensino, José Heleno. Ele classificou a PEC como “trágica” e disse que o Estado precisa assumir a promoção do bem estar social ao invés de agir para beneficiar a “burguesia”.

“É um impacto para a educação e para o país. A gente vive hoje uma situação de precariedade com os gastos públicos, e se nós tivermos este congelamento, teremos uma redução ainda maior dos investimentos”, opinou e acrescentou: “Não é possível reduzir os gastos com as políticas públicas”.

Profissionais

Em Divinópolis, os técnicos administrativos da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) também aderiram ao movimento nacional e paralisaram as atividades.