Dois mil e quinze foi assim: com crise, sujo e com político safado se fingindo de santo e povo bobo acreditando em tudo que é dito e publicado por aí. Apesar de ter sido, na minha avaliação, um ano do caos, praticamente perdido, 2015 deve ser percebido também sobre outro prisma.

 

 

rodrigo (1)

É isso mesmo, estamos a 28 dias do final do ano, e como passou rápido… Dois mil e quinze foi conturbado e merecia, de fato, ter chegado ao fim. Não tenho dúvidas, a palavrinha que definirá este ano maluco é mesmo “crise”.

Eu mesmo, pra mais de uma dezena de vezes, escrevi artigos ao longo de 2015 que tinham a “crise”, nos seus mais variados âmbitos, como pano de fundo. Ela, a crise, pautou a nossa vida este ano.

O que revolta é que a situação poderia estar num cenário melhor se não fosse a picuinha de determinados políticos, que querem decidir por mim e por você como será o ano e eles elegeram que este ano tinha que ser tumultuado. Para eles o Brasil tinha que ficar estagnado e assim foi feito.

Teve de tudo um pouco. Manifestações gigantescas de rua, que aos poucos se esmiuçaram até acabar de vez. Perderam o sentido ou nunca tiveram um de fato. Teve também político preso, mas de forma confortável. Sem contar aqueles que escarnaram conosco.

Mas nada foi pior do que ter a certeza de que o Brasil continua sendo dilapidado como nos tempos da família real. A colônia ainda é a de exploração e daqui levam não só o ouro, mas o dinheiro da saúde, da educação, da infraestrutura… levam o progresso do país.

Se está acentuado no presente momento, é fato que a quebradeira do Brasil tem origens ancestrais. Fruto de um sistema político falido e da ganância daqueles empresários que só querem encher os bolsos sem se preocupar com o povo e o meio dele. Quer um exemplo? Vide o recente caso de Mariana.

Esta tragédia é uma metáfora perfeita para definir as coisas aqui no Brasil que está enlameado e fétido. Nesta tragédia temos evidente a questão do lucro, que extraído de nossas terras vai para outras partes do mundo, deixando como herança maldita uma degradação ambiental que não tinha planejamento descente para ser controlada ou evitada.

Na outra ponta há um poder público que se mostrou inoperante todos estes anos na fiscalização da Samarco, mineradora responsável pela catástrofe. Da mesma forma, os políticos, que são míopes e não enxergam os problemas estruturantes que temos ou são coniventes ao receber benefícios das empresas que controlam o capital para serem regidos por ela. O povo, se é vítima, também é culpado; pois ajuda a abastecer esse sistema ao votar errado e se sujeitar com as migalhas propostas por quem fatura bi ou tri de dindim.

O resultado de tudo isso é a lama que suja, altera curso e tira a vida. Uma vez esparramada fica difícil, numa canetada só, limpar toda a sujeira que se apresenta diante dos nossos olhos.

Dois mil e quinze foi assim: com crise, sujo e com político safado se fingindo de santo e povo bobo acreditando em tudo que é dito e publicado por aí. Apesar de ter sido, na minha avaliação, um ano do caos, praticamente perdido, 2015 deve ser percebido também sobre outro prisma.

Os problemas verificados em 2015 lhe dão a condição de ser um ano do aprendizado. Ano da reflexão e da mudança de atitude. Dois mil e dezesseis é ano de eleições municipais, momento propício para iniciar as mudanças.

Optar por pessoas mais sérias e com propostas sustentáveis é um bom começo.

 

Encoberto

Corpo fraquejado

Olhos marejados

Não viu o belo do dia,

O sol acima dele

Estava nublado.