Anvisa exige retenção de receita para venda de Ozempic e similares

Minas Gerais
Por -17/04/2025, às 09H15abril 17th, 2025
Fachada do edifício sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Medida busca coibir uso estético e ampliar controle sobre medicamentos indicados para diabetes e obesidade

A partir de decisão unânime, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou nesta quarta-feira (16/4) a obrigatoriedade da retenção de receita médica na venda de medicamentos como Ozempic, Wegovy e Saxenda. Assim, as farmácias devem guardar a receita no ato da compra, medida que passa a valer em 60 dias.

Antes dessa resolução, a apresentação da receita bastava para adquirir os produtos. No entanto, diante do uso estético sem supervisão médica, a Anvisa decidiu endurecer o controle para evitar riscos à saúde pública.

Durante a reunião da diretoria colegiada, os diretores destacaram a necessidade de reduzir o consumo indiscriminado dessas canetas. Além disso, a retenção da receita visa garantir que o medicamento chegue a quem realmente precisa.

As novas regras também exigem que a prescrição tenha validade de 90 dias e duas vias. Enquanto uma via fica com o paciente, a outra permanece retida na farmácia. Dessa forma, os dados serão registrados no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), ampliando a fiscalização.

Especialistas apontam que o uso inadequado desses medicamentos, sem acompanhamento, pode causar náuseas, diarreia, constipação e distensão abdominal. Além disso, o uso estético pode agravar transtornos alimentares e psicológicos.

Por consequência, entidades médicas apoiaram a medida. No fim de 2024, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, junto da Sociedade Brasileira de Diabetes, publicou carta aberta defendendo a retenção da receita. As instituições alertaram sobre a dificuldade de acesso enfrentada por pacientes com real indicação clínica.

Enquanto a regulamentação não entra em vigor, a Anvisa prepara a publicação oficial da norma. Assim que publicada, a contagem regressiva de 60 dias começa. Até lá, a agência reforçará campanhas educativas sobre o uso consciente desses medicamentos.