Condenados que cumprem pena no presídio Floramar podem ser transferidos para a Apac Divinópolis na condição de estudar e trabalhar
Fabrício Salvino
Inaugurada em 15 de fevereiro de 2023, e atuando oficialmente desde do dia 23 de maio, a Associação de Proteção e Assistência ao Condenado – Apac Divinópolis – abriga mais de 60 recuperando do regime fechado. Por meio da entidade, busca-se a possibilidade de ressocialização.
A unidade, que começou a ser construída em 2017, conta com área de oito mil metros quadrados. Contudo, ela está localizada em frente ao presídio Floramar.
Foram investidos R$ 3,6 milhões com recursos do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Portanto, boa parte do valor veio de penas pecuniárias, por exemplo, medidas alternativas à prisão que punem crimes de menor potencial ofensivo com o pagamento de multas.
Em regra, essas penas são aplicadas em sentenças inferiores a quatro anos de reclusão, de crimes cometidos sem violência ou grave ameaça. Entretanto, daqui pra frente, o custeio da Apac se dará também pela colaboração dos recuperando e ajuda da comunidade.
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Migração para a APAC Divinópolis
Os condenados, que estão no presídio Floramar, podem ir para a APAC. Contudo, a transferência ocorre mediante solicitação e análise de perfil. Desta forma, sendo aprovados, terão acesso às oficinas, salas de aula, biblioteca, cozinha, padaria, atendimento espiritual, consultórios médicos, entre outros atendimentos.
De acordo com o presidente da associação Francisco Martins, a expectativa é que dentro de no máximo 4 meses a APAC estejam atendendo mais 110 recuperandos.
“Eu, particularmente, estou muito esperançoso que a gente vai operar milagres, a gente aqui vai fazer transformações que às vezes até a família duvidava”, afirma.
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Todavia, para o o recuperando Wesley Ferreira, o papel da APAC significa um recomeço de vida.
“E um papel de recomeço de vida lá fora, recuperado para sociedade e para família, onde vou poder ajudar eles e uma vida melhor”, diz.
Já para Rodrigo Santos, com apoio da APAC pretende terminar seus estudos. Além disso, buscar um curso profissionalizante.
“Pretendo fazer o fundamental e ainda fazer os mais profissionalizante.”, destaca.
Wesley conta ainda que seu sonho é fazer o curso técnico em mecânica de máquina industrial.
Em um testemunho e muito emocionada, Thamires Santos assessora de comunicação da APAC, lembrou do Sr. Zé Maria, de 62 anos, recém chegado a APAC. Ela contou da alegria demonstrada por ele por tomar banho quente.
“É um resgate da dignidade, porque eles saíram de um sistema desumano e aqui são tratados pelo nome e como pessoas na mais simplicidade do dia a dia, como um banho quente” finalizou Thamires.
Recuperação
De acordo com a FBAC – Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados, o sistema prisional humanizado da Apac tem índice de recuperação de 85%. Enquanto no sistema tradicional, como nos presídios, a taxa de recuperação não passa dos 25%.
Outra vantagem é a economia aos cofres públicos. Hoje, um preso que cumpre pena no regime tradicional custa cerca de R$ 3 mil por mês para o Estado. Na APAC, o gasto é de apenas R$ 1 mil reais por mês.