Grupo de alimentos ficou 0,63% mais barato que no mês de maio
A cesta básica em Divinópolis apresentou uma leve redução no mês de junho, é o que aponta o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico Sociais (NEPES) da Faculdade Una Divinópolis. Em junho, o custo médio da cesta básica de alimentos foi de R$ 574,54, uma redução de 0,63% em relação a maio, quando o custo da cesta foi de R$ 578,19.
De acordo com o coordenador da pesquisa e professor da Una, Wagner Almeida, houve redução no preço do tomate (36,15%), da batata (29,75%) e do açúcar (12,14%) em consequência da maior oferta em razão da intensificação da colheita da safra de inverno, reduzindo o preço da cesta. Dos itens que demonstraram aumento no mês de junho, destaque para o leite (32,75%) e a manteiga (8,92%).
“O período de entressafra e o impacto da estiagem nas pastagens reduziram a oferta do leite que, somado aos altos custos de produção, com alimentação do gado e medicamentos, resultaram em elevação do preço do produto no campo”, explica Wagner.
O professor ainda ressalta que do lado da demanda, tem havido disputa entre as indústrias de laticínios na compra da matéria-prima para a produção dos derivados lácteos.
“Vale destacar também o impacto da desvalorização do real frente ao dólar no preço da manteiga, uma vez que parte do que é consumido no Brasil, é importada. Todos esses fatores ocasionaram a alta dos preços médios do leite UHT e da manteiga”, enfatiza.
No mês de junho foi observado uma alta de 1,36% em relação a maio no preço médio do quilo da carne bovina de primeira. Outra alta observada em junho foi no preço do pão francês (28,92%). Wagner explica que apesar do preço internacional do trigo estar em queda, no Brasil, a baixa oferta e a taxa de câmbio desvalorizada elevaram o preço do grão e dos seus derivados.
31% a mais
Ainda de acordo com o levantamento realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico Sociais (NEPES) da Faculdade Una Divinópolis, a comparação do valor da cesta entre junho de 2022 e junho de 2021 mostrou uma variação positiva de 31% no período.
“No ano de 2022, o custo da cesta básica apresentou alta nos quatro primeiros meses (16%) e redução a partir do mês 05. No fechamento do primeiro semestre de 2022, isto é, entre janeiro a junho, o custo da cesta básica em Divinópolis apresentou variação de 7,2%”, afirma o coordenador da pesquisa, professor Wagner Almeida.
A cesta e o mínimo
O estudo também traz que para o trabalhador remunerado pelo piso nacional, R$ 1.212,00, o custo da cesta básica em junho foi equivalente a 47% do salário mínimo bruto. Em junho de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 40%. Ao comparar com o salário mínimo líquido, isto é, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador comprometeu em junho, 51% do salário mínimo líquido vigente para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.
Segundo o levantamento realizado em Divinópolis no mês de junho/2022, estima-se que o Salário Mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 4.826,72 ou 3,98 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em junho de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 3.680,31 ou 3,34 vezes o mínimo vigente na época, de R$ 1.100,00.
Com base no valor médio da cesta básica em junho/2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta foi de 104 horas e 17 minutos, menor do que o registrado em maio, de 104 horas e 57 minutos. Em junho de 2021, a jornada necessária ficou em 87 horas e 37 minutos.
Pesquisa
O Boletim Econômico elaborado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico Sociais (NEPES) da Faculdade UNA Divinópolis, tem como objetivo fazer levantamentos de preços e fornecer informações sobre um conjunto de produtos alimentícios considerados essenciais. A pesquisa desta edição foi realizada entre os dias 22 a 27 de junho com levantamento de preços praticados em 06 diferentes estabelecimentos do ramo de produtos alimentícios de Divinópolis, que possuem em sua estrutura açougue, padaria e hortifrúti.
A metodologia utilizada para a coleta dos dados segue as orientações sugeridas pelo Departamento intersindical de estatística e estudos socioeconômicos (DIEESE). Esta cesta, chamada Cesta Básica de Alimentos, composta por 13 produtos alimentícios, seria suficiente para o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta, durante um mês, contendo quantidades balanceadas de todos os nutrientes necessários a manutenção da saúde.