Após denúncias, prefeitura aponta desafios para evitar enchentes e lista ações no Serra Verde

Minas Gerais
Por -10/10/2025, às 14H27outubro 12th, 2025

Resposta vem após repercussão dos relatos dos moradores; gestão aponta medidas recentes para evitar alagamento e limitações, mas famílias ainda cobram proteção efetiva.

A prefeitura de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, confirmou desafios para evitar enchentes na região do bairro Serra Verde próximo ao córrego do Bagaço e listou medidas já adotadas para minimizar riscos. A resposta veio após repercussão das denúncias de moradores relatando a suspensão do aluguel social e o termo de reconhecimento de alto risco de enchente apresentado pela Defesa Civil para assinatura de quem vive no local, como mostrou o PORTAL GERAIS.

A demanda ganhou visibilidade depois que cerca de 20 famílias, retiradas das casas após as enchentes de outubro e dezembro passados, denunciaram a falta de obras prometidas e o fim do benefício emergencial.

Termo entregue aos moradores e contexto de risco

Na resposta, a administração municipal afirma que o documento apresentado aos moradores pela Defesa Civil não determina remoção imediata das famílias, mas sim funciona como um termo de ciência preventiva – instrumento que visa reforçar a informação sobre a vulnerabilidade do local em períodos de chuva. Conforme a prefeitura, o objetivo é garantir que residentes e possíveis novos ocupantes estejam cientes dos risco e das recomendações técnicas da Defesa Civil.

O posicionamento surge em meio à preocupação dos moradores, que relataram à reportagem terem sido abordados por agentes da Defesa Civil ainda em setembro para assinatura do termo e afirmam que o pagamento do aluguel social havia sido interrompido mesmo sem a execução das obras definitivas no córrego local.

A prefeitura alega que imóveis estão sendo alugados e que, portanto, a Defesa Civil está informando aos novos moradores sobre os riscos.

Obras e desafios enfrentados no córrego do Bagaço

Entre as intervenções realizadas, a prefeitura destaca o desassoreamento em toda a extensão do Córrego do Bagaço, o que teria ampliado a capacidade da calha e reduzido o risco de alagamentos. A administração municipal cita também o início, na semana seguinte, de uma nova etapa para ampliação do sistema de drenagem na travessia da Rua Pelicano.

De acordo com a gestão, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) já aprovou a primeira parte do projeto, enquanto a segunda fase aguarda contratação e execução após o período chuvoso, dependendo das licenças ambientais.

Limitações e falta de alternativas para famílias

A prefeitura também reconhece limitações decorrentes de construções sobre o curso do córrego, autorizadas há décadas, que dificultam intervenções estruturais em alguns trechos. Sem alternativa de remoção imediata dos imóveis, a decisão, segundo o poder público, depende de respaldo técnico e ações judiciais.

Enquanto isso, moradores relatam já terem perdido tudo duas vezes em menos de dois meses, após enchentes em outubro e dezembro de 2024. Além disso, denunciaram ao PORTAL GERAIS o temor de uma nova tragédia diante do retorno das chuvas e do corte no aluguel social.

Aluguel social e avaliação contínua do risco

Sobre o aluguel social, a resposta oficial reitera que o benefício emergencial foi suspenso conforme avaliações técnicas, após os serviços de limpeza e drenagem. Mas garante que novos riscos serão analisados caso a caso e que nenhuma família ficará desassistida. Moradores, por sua vez, denunciam dificuldades com o orçamento doméstico e incertezas quanto ao futuro.

População segue à espera de solução definitiva

À medida que novas chuvas se aproximam, as famílias do Serra Verde permanecem apreensivas, cobrando proteção efetiva. Enquanto a prefeitura argumenta que atua com planejamento e dentro da legislação, o bairro segue como símbolo do desafio crônico das áreas urbanas de risco: a necessidade de políticas públicas contínuas, execução rápida de obras prometidas, fiscalização e suporte às vítimas.