Ele foi condenado em 2010 por irregularidades na prestação de contas
Amanda Quintiliano
Após ter as candidaturas impugnadas nas últimas duas eleições – 2014 e 2016 – o empresário, Jorge Torquato (PSOL) registrou mais um pedido, desta vez para o cargo de deputado federal. No sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o processo ainda consta como “aguardando julgamento” e deverá ser julgada até 17 de setembro.
Ele foi condenado por irregularidades na prestação de contas de 2010, quando disputou também uma vaga na Câmara Federal. Na época, a Central Pré-moldados – de propriedade do candidato – doou R$ 3 mil para a própria campanha. Entretanto, a empresa não possuía faturamento de acordo com o balanço apresentado. Como sócio da empresa ele foi condenado a pagar R$ 64 mil.
A condenação é criticada pelo empresário que diz ter sido punido por ser honesto. Ele também ficou inelegível por oito anos. A inelegibilidade foi a principal argumentação de impugnação.
Insistência
Nas últimas duas eleições, Torquato desafiou a justiça mesmo sabendo dos impedimentos jurídicos. Agora, ele diz ter a lei do lado dele. No entendimento da assessoria jurídica do candidato, o prazo de inelegibilidade se esgotou analisando dois viés – do tempo da condenação e também entre uma eleição e outra.
A condenação, segundo o empresário, é de agosto de 2010, ou seja, completa os 08 anos. Outra questão: a eleição naquele ano ocorreu dia 03 de outubro e este ano será dia 07, ou seja, na contagem dará os oito anos entre elas.
“Este é um entendimento, mas a Ministério Público pode entender diferente e pedir a impugnação ou no decorrer do processo surgir outros questionamentos”, afirmou.
Preocupação
A verdade é que Torquato não está muito preocupado com o entendimento da justiça. A estratégia é manter o nome na urna e na mídia, já que os esforços estão concentrados em 2020.
“Na eleição anterior a intenção era fazer como o Lula, manter o nome o máximo possível para chegar na urna e no momento final transferir os votos para outro candidato, mas o pessoal do PSOL não entendeu isso na época. Eu teria mais condições de atrair votos”, argumenta, já lançando, de forma subliminar, a pré-candidatura a prefeito de Divinópolis.