Vinícius Luz

 

(Foto: Vinícius Luz)

(Foto: Vinícius Luz)

Após quase sete horas sob a mira de uma tesoura um adolescente de 17 anos foi liberado pelo seu captor. Segundo a Polícia Militar, após a negociação, o suspeito Hayslan Michel de Faria, 22 anos, liberou o refém e em seguida foi preso pelos militares no bairro Padre Libério, em Divinópolis. Ele estava fazendo tratamento psicológico e, segundo a mãe dele, desde o dia anterior ele já estava demostrando tendência suicida. Ninguém ficou ferido na ação e agora o suspeito será preso e autuado.

 

De acordo com o comandante do 23º Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Marcelo Carlos da Silva, o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) veio de Belo Horizonte para dar suporte às negociações por ser um destacamento especializado da PM para casos como estes. O grupo tático foi até o local para agir caso fosse necessária alguma intervenção. Mas, eles apenas acompanharam o negociador do grupo que assumiu o diálogo. Eles conseguiram fazer o suspeito liberar o refém e depois o contiveram e o prenderam.

 

“Foi uma ação rápida e efetiva e ninguém ficou ferido. Ele não fez nenhuma exigência apenas pediu água que lhe foi entregue e após negociações com o militar do Gate, resolvemos o problema da melhor forma possível”, conta.

 

O suspeito demonstrou que estava disposto a dialogar e conversou o tempo todo com os militares. Ele foi levado para o Pronto-Socorro e depois encaminhado para a Delegacia para dar depoimentos e ser autuado. Lá será determinado como ele responderá pela ação que cometeu, se será preso ou encaminhado para a um tratamento psicológico.

 

Refém

 

No começo da tarde desta quarta-feira (23) o suspeito chegou para trabalhar em uma empresa de acabamentos em tecidos na Rua Pitangui, no bairro Padre Libério. Ao chegar, pegou uma das tesouras usadas na empresa e tentou fazer um dos gerentes de refém, mas este conseguiu escapar. Em seguida ele conseguiu conter um funcionário de 17 anos que ficou sob a mira da tesoura em um cômodo separado da empresa.

 

Apesar das afirmações da mãe do suspeito, a salgadeira Esmeralda Aparecida Laguardia, a polícia negou que houve troca de reféns durante as negociações.

 

A PM, Polícia Civil e Bombeiros foram chamados para ajudar a resolver o impasse. O pai do adolescente feito de refém, José Carlos Moreira, informou que o filho trabalhava a quase um ano na empresa e que não sabia nada sobre o captor.

 

“Não conheço esse rapaz que o pegou. Espero apenas que tudo termine da melhor forma possível”, disse.

 

Tratamento

 

A Mãe de Hayslan esteve no local e contou que ele estava fazendo tratamento psicológico a cerca de dois meses e que pretendia levá-lo ao psiquiatra. Ele teria síndrome do pânico e apresentava sinais de depressão. Segundo ela, na noite de ontem (22) ele já demonstrava um comportamento estranho e ela encontrou uma faca no banheiro.

 

“Acredito que já havia passado pela cabeça dele se matar. Só quero que essa situação termine sem que ninguém saia machucado. Assim como tem eu que sou mãe dele há a mãe do outro rapaz que também está aflita”, afirmou durante o acontecimento.

 

Ela afirma ainda que ele nunca usou drogas ou consumiu bebidas alcoólicas nem causou qualquer tipo de problema.

 

O trânsito ficou impedido no quarteirão da fábrica durante toda a manhã e apenas às 13h que o acesso principal ao bairro Danilo Passos foi liberado.