UPA Padre Roberto de Divinópolis
A UPA é gerida pela Santa Casa de Formiga (Foto: Arquivo)

 

Acordo com médicos não foi cumprido; Enfermeiros também não receberam integralmente os salários

Amanda Quintiliano

Mesmo com promessas de priorização a Unidade de Pronto Atendimento – UPA de Divinópolis começou o ano com ameaças de paralisação. O acordo feito entre os médicos e a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) não foi cumprindo. Para piorar os enfermeiros pagos pela prefeitura também estão com os salários atrasados.

A informação foi confirmada pelo superintendente da UPA, José Geraldo Pereira, nesta segunda-feira (22). Ao PORTAL, ele demostrou preocupação e disse que tem cobrado do município os pagamentos de notas. Porém, afirmou achar “quase impossível” que recursos próprios sejam alocados para colocar os honorários em dia ainda hoje, como é esperado pelos médicos.

Desde a última paralisação da categoria, no final do ano passado, a UPA tem atendido apenas casos de urgência e emergência ou com encaminhamento dos postos de saúde. O decreto de calamidade financeira da saúde também manteve a priorização. Quando há atendimentos de pacientes classificados como verde ou azul pelo protocolo de Manchester o tempo de espera é ainda maior.

Caso o município não pague as notas, ainda não há definido quais serão as medidas adotadas pelos médicos, mas uma greve pode ser deflagrada. O diretor Clínico, Rodolfo Monteiro Barbosa disse ao PORTAL que está em conversa com o vice-prefeito, Rinaldo Valério e que irá se manifestar quando o governo se posicionar.

Os médicos já estão com duas notas vencidas e a terceira vence no final deste mês, segundo o superintendente.

“Tem sido feito os repasses para equipe de apoio, técnica, e o dos médicos, que é um valor maior, não são efetuados. O município diz aguardar repasse do governo do Estado. Na sexta estive conversando na Semusa e o que eu vejo é que recurso próprio é quase impossível”, explicou Pereira, se dizendo preocupado.

“Estou muito preocupado com essa situação e também com a falta de leitos porque o Estado não se posiciona. Ele precisa liberar, organizar a regulamentação dentro do sistema dele. Há um sofrimento porque as pessoas vem para serem atendidas, são atendidas, mas não são encaminhadas como deviam”, desabafou.

Enfermeiros

O impasse dos médicos é apenas um dos enfrentados na UPA. Parte dos enfermeiros também está com salários atrasados. São aqueles servidores efetivos do municípios cedidos para a unidade. O presidente do sindicado da categoria, Anderson Rodrigues contou ao PORTAL que apenas 30% da remuneração com vencimento em janeiro foram quitadas.

Diante disse houve a realização de uma reunião com os profissionais que optaram em aguardar até fevereiro antes de deflagrar greve. A assembleia está marcada para o 5º dia útil do próximo mês. Na ocasião já deverá ser emitido o comunicado de greve de 72 horas se a situação não for normalizada até lá.

“A enfermagem vai parar porque ela não aguenta mais”, enfatizou o presidente do sindicato, dizendo que será mantido o mínimo de 30% do serviço.

Prefeitura – UPA de Divinópolis

A Assessoria de Comunicação da prefeitura confirmou duas notas em abertas dos médicos, de R$530 mil cada. Informou que a emenda de R$1 milhão do deputado federal, Domingos Sávio (PMDB) foi utilizada para pagar fornecedores, servidores e 13º salário dos médicos. Não foi informado previsão de pagamento dos valores em atraso.

Sobre a enfermagem ainda não houve uma posição.