Empresários devem arcar com parte do valor para pagar empresa gestora do aeroporto; Prefeitura é mais cautelosa e diz que legalidade é analisada
Amanda Quintiliano
O grupo gestor – formado por empresários de Divinópolis – e o secretário de Desenvolvimento Econômico, José Alonso Dias fecharam acordo para viabilizar a retomada do funcionamento do Aeroporto Brigadeiro Cabral. A informação foi confirmada, nesta terça-feira (17), pela Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Serviços (Acid). O contrato deverá ser assinado nesta quinta (19).
As articulações, que contaram também com o prefeito, Galileu Machado (MDB), devem viabilizar o retorno da Azul na cidade. Os voos nas linhas Divinópolis/Campinas/Divinópolis estão suspensos desde o final de março, quando a Socicam deixou a gestão por atrasos de pagamentos. A previsão é de que os voos sejam retomados em 40 dias.
Será firmado entre a prefeitura, empresários e o Grupo Gestor, um convênio, onde a iniciativa privada
repassará R$55 mil mensais para a nova empresa responsável pela gestão do aeroporto. A
Prefeitura arcará com R$42 mil – o mesmo valor pago à Empresa Municipal de Obras Públicas (Emop). Antes o município desembolsava R$ 168 mil pelo serviço.
“Reconhecemos o esforço da administração municipal em prol do desenvolvimento econômico de Divinópolis e torcemos para que, em breve, o Aeroporto Brigadeiro Cabral tenha outras opções de voos para vários destinos.”, enfatiza Léo Gabriel, membro do Grupo Gestor e Presidente da Acid.
Contrapartida
Apesar do tom positivo dos empresários, a prefeitura ainda estuda a legalidade de todo o processo. Entre os itens analisados é a contrapartida para o repasse privado. Os empresários poderiam, por exemplo, explorarem o estacionamento.
Também é estuda a viabilidade de um contrato emergencial para contração da nova gestora. Uma empresa foi formada por um grupo de pilotos da cidade e, segundo informações apuradas pelo PORTAL, a equipe recebeu treinamento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e está pronta para operar.
Esse contrato teria duração entre seis e oito meses, para realização de nova licitação. Um dos receios, é o débito ainda existente entre o município e a Socicam, já que ela poderia entender como “calote” a contração de uma nova empresa sem quitar os valores acumulados. Até 30 de março o valor era de R$2,6 milhões.
A reportagem do PORTAL tentou contato com a assessoria da Azul, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto até o fechamento desta matéria. Em outras ocasiões, a empresa informou que tinha interesse em operar os voos quando a situação fosse normalizada.