Amanda Quintiliano
Nem mesmo a lei sancionada no ano passado foi suficiente para impedir o desabastecimento total de água nos bairros de Divinópolis. Há três dias os moradores do bairro Walchir Resende não veem pingar uma gota da torneira. O abastecimento foi interrompido no último sábado (25) e até hoje (27) não conseguiram nenhuma explicação na Copasa e nem mesmo saberem a previsão de reestabelecimento.
A norma prevê, em casos como esses, o abastecimento temporário por meio do caminhão pipa. A responsabilidade pelo fornecimento deveria ser da prestadora do serviço, mas a cada mês, comprova-se que não passa de mais uma “lei de gaveta”. Enquanto isso, os moradores se viram como podem. Andam para buscar água na casa de parentes ou compram o produto mineral.
Este é o caso do servidor público, Orlando Gouveia. Para fazer comida só água mineral e para lavar os utensílios é preciso recorrer a outras pessoas. “Algumas vezes a gente desce e vai buscar água nos vizinhos que moram mais para baixo ou a gente compra no supermercado. É assim, cata aqui, ali, porque não tem como ficar sem água”, afirma indignado.
“Tem pessoas com bebê, criança. Fica difícil até para tomar banho”, denuncia.
Apesar de ligarem para Copasa, nenhuma explicação é dada.
“A gente liga e quando não somos atendidos mal, ficamos sem respostas. Eles não falam nada. Só que será normalizado, mas estamos esperando até hoje”, conta.
Desabastecimento
A Assessoria de Comunicação disse que o fornecimento foi interrompido hoje no bairro Walchir Resende e também no Santo Antônio, Ipiranga, Vila Belo Horizonte, L. P. Pereira e parte alta do Sidil devido a problemas eletromecânicos no sistema de bombeamento.
Ainda segundo a assessoria, técnicos da empresa já estão trabalhando para a correção do problema. A previsão é que a normalização do abastecimento ocorra, gradativamente, no final da tarde de hoje (27).
No final da tarde hoje, em novo contato, a assessoria confirmou que o abastecimento foi interrompido porque “no final de semana houve o rompimento de uma adutora na rua Cascalho Rico, cujo serviço foi finalizado no dia 26, o que pode ter gerado falta de água durante partes do final de semana em algumas regiões do bairro, com a normalização na tarde/noite do domingo”. Hoje pela manhã houve a nova interrupção pela justificativa citada acima.
Lei
O vereador autor da lei do caminhão pipa, Edimilson Andrade (PT) disse que uma cópia da norma foi deixada, em mãos, com representantes da Copasa. Ele afirmou ainda que cabe ao município fiscalizar e que irá pressionar a Prefeitura para cobrarem o cumprimento da norma por parte da prestadora do serviço.
“Deixei em mãos com os representantes da empresa, então eles não têm nem desculpas para falarem que desconhecem a lei”, afirmou.
A reportagem do PORTAL tentou contato com a Prefeitura, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno para saber qual setor é responsável pela fiscalização e se já houve cobrança para o cumprimento da lei.