Vereador foi denunciado por suposta ameaça de morte; Procuradoria diz que, embora “reprovável”, não cabe a câmara julgar

Os vereadores de Divinópolis (MG) rejeitaram, nesta terça-feira (11/4), a denúncia de Infração Político-administrativa contra Diego Espino (PSC). Esse é o segundo pedido de cassação de mandato protocolado na câmara contra o parlamentar por quebra de decoro.

Desta vez, a denúncia partiu de um cidadão, morador de São Gotardo. Ele acusa Espino de suposta ameaça de morte. O vereador teria enviado, por meio de WhatsApp, um vídeo, classificado como “assustador e sangrento” pelo denunciante, para intimidá-lo.

As imagens mostraram um jovem sendo executado com vários tiros de pistola na cabeça.

Veja como ficou a votação:

Pela admissibilidade da denúncia:

  1. Ademir Silva (MDB)
  2. Flávio Marra (Patriota)
  3. Eduardo Augusto (Suplente de Espino)

Pela rejeição:

  1. Edsom Sousa (CDN)
  2. Ana Paula do Quintino (PSC)
  3. Anderson da Academia (PSC)
  4. Hilton de Aguiar (MDB)
  5. Israel da Farmácia (PDT)
  6. Josafá Anderson (CDN)
  7. José Wilson Piriquito
  8. Ney Burguer (PSB)
  9. Kaboja (PSD)
  10. Rodyson do Zé Milton (PV)
  11. Wesley Jarbas (Republicanos)

Parecer da procuradoria

A procuradoria da Câmara emitiu parecer alegando que a denúncia em questão não “atrai a competência do parlamento municipal”. Disse que, embora os atos cometidos por Espino sejam “reprováveis”, não se relacionam com o mandato, ou seja, não estão relacionadas ao mandato e ao cargo que exerce.

Em caso de cometimentos, por exemplo, de crimes e infrações administrativas, o vereador deve ser julgados pelas autoridades competentes e não pela câmara.

O parecer foi assinado pela procuradora Karoliny de Cássia Faria.

Discussão

Embora seja vereador de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, no dia 6 de março, Espino gravou um vídeo contra um decreto publicado pela prefeita de São Gotardo, na mesma região, Denise Abadia Pereira de Oliveira.

A norma limitava o horário de funcionamento do comércio da cidade devido ao aumento de ocorrências policiais registradas no período.

A postagem rendeu discussões nas redes sociais. O denunciante foi um dos internautas a rebater as declarações do vereador. A partir daí, o clima esquentou.

Júnio alega que foi constrangido pelo parlamentar que tentou intimida-lo. Inicialmente, segundo o denunciante, ele relatou o ocorrido ao presidente da câmara de Divinópolis, Eduardo Print Jr (PSDB).

Advertido, Espino teria apagado os comentários no perfil que é administrado, segundo a denúncia, pela noiva dele, moradora de São Gotardo e proprietária de uma franquia de uma loja de chocolates.

Ainda conforme a denúncia, o vereador enviou mensagens privadas ao denunciante, dentre elas uma foto. “Para mostrar que havia encontrado o perfil do denunciante no Facebook com todos os dados pessoais”, consta na denúncia.

“Injustiçado”

Espino negou que tenha ameaçado de morte, constrangido ou intimidado o cidadão. Afirmou que está sendo “injustiçado” e que levará o caso à justiça.