Sob pressão popular, integrantes do Colégio de Líderes votaram contra o próprio pedido de suspensão; Kaboja deu nova cartada

Sob pressão popular e já prevendo o resultado, a base do governo tentou outra estratégia para protelar por mais alguns dias a leitura do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura os gastos com a Secretaria de Educação de Divinópolis (MG). Os membros votaram, nesta segunda-feira (22/8), contra o pedido do Colégio de Líderes para suspender os trabalhos até o fim do período eleitoral.

Se esquivando da votação, o vereador Rodrigo Kaboja (PSD), um dos oito a integrar o Colégio de Líderes, pediu, logo no início que o presidente da CPI, Josafá Anderson (CDD) indeferisse o pedido sem votação. Kaboja alegou, mesmo tendo assinado o documento para suspender, que ele deveria ter sido encaminhado à presidência da câmara.

Desconsiderando as argumentações de Kaboja, o ofício foi colocado em votação. Como esperado, o requerente Ademir Silva (MDB) e a relatora Lohanna França (PV), se negaram a empurrar a conclusão dos trabalhos para outubro.

Na contramão do Colégio de Líderes, Ana Paula do Quintino (PSC), que embora não seja líder de partido tenha assinado, foi contrária ao próprio ofício. Já Kaboja negou-se a votar, dizendo que havia vícios no documento que ele também assinou.

Outra estratégia

Não satisfeitos, a base tentou outra manobra. Kaboja pediu que o relatório fosse apresentado primeiro aos membros da CPI, para só então, ser dada publicidade. Ele requereu o prazo de 10 dias para analisar o documento da relatoria, antes de se tornar público.

A solicitação foi derrubada com o embasamento da procuradora Karoliny de Cássia Faria. Os trâmites da comissão seguem os mesmos preceitos jurídicos. Ou seja, o relator apresenta o relatório e depois é concedido prazo para, se não houver unanimidade, os demais membros apresentarem um documento alternativo. Neste caso, serão concedidos os 10 dias.

Leitura

O relatório será lido nesta quarta-feira (24/8) às 8h. O presidente da CPI chegou a sugerir que a leitura fosse feita por outra pessoa que não a relatora. Entretanto, foi mantido que Lohanna fará a leitura.

Manobras políticas

A alegação do Colégio de Líderes para suspender as CPI’s é de aguardar o período eleitoral para evitar questionamentos “jurídicos e políticos” e “contaminação política”.

Assinaram: Rodrigo Kaboja (PSD), Ana Paula do Quintino (PSC), Israel da Farmácia (PDT), Flávio Marra (Patriota), Rodyson do Zé Milton (PV), Ney Burguer (PSB), Eduardo Azevedo (PSC) e o presidente da câmara Eduardo Print Jr. (PSDB).

O receio é que o relatório exponha possíveis irregularidades e que elas respinguem no prefeito Gleidson Azevedo e consequentemente nos irmãos candidatos, o vereador Eduardo Azevedo (deputado estadual) e o deputado estadual Cleitinho Azevedo (senado), todos os três do PSC.
Ao mesmo tempo, os vereadores citam a participação nas CPI’s de vereadores que também são candidatos e que estariam as usando de forma “politiqueira”.

São candidatos: Eduardo Azevedo, Lohanna França, Josafá Anderson, Flávio Marra e Diego Espino. Todos com exceção de Espino que tenta vaga na Câmara Federal, disputam uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Assista as entrevista: