Polícia confirmou que a biomédica submeteu Iris Nascimento a lipoaspiração; Ela sofreu choque hemorrágico e intoxicação devido ao excesso de anestésico
A biomédica Lorena Marcondes foi indiciada pela Polícia Civil de Minas Gerais por homicídio doloso por motivo torpe. O órgão concluiu, após cinco meses, o inquérito que investigou as circunstâncias da morte da paciente, Iris Nascimento, de 46 anos, conforme divulgado nesta terça-feira (24/10).
De acordo com o médico-legista João Paulo Nunes “existe uma cadeia de eventos que levaram a morte da paciente”.
“Você tem traumatismo abdominal penetrante, com sinais evidentes de lipoaspiração, choque hemorrágico, intoxicação anestésica, conduzindo a uma parada cardiorrespiratória, ela contribuiu de forma decisiva para essa aspiração e desfecho do óbito”, afirmou.
A vítima tinha 12 perfurações, 10 no abdômen e dois nos glúteos. Segundo o médico-legista, os exames comprovaram informações, inclusive, antecipadas por médicos que atenderam a paciente. Os exames confirmam que a biomédica submeteu a paciente a uma lipoaspiração.
Iris morreu no dia 8 de maio após sofrer parada cardiorrespiratória durante o procedimento estético na clínica da biomédica Lorena Marcondes. Inicialmente, equipes do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) a socorreram e a levaram para o Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD). Contudo, a paciente morreu.
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Intoxicação
A biomédica, segundo o médico-legista, injetou lidocaína, um anestésico usado, por exemplo, para anestesia local. Contudo, ficou comprovado intoxicação devido ao excesso aplicado.
“Ela é uma substância que pode levar, diante de intoxicação a situação fatal, convulsão, a parada cardíaca. Ela é uma substância que demanda rigor para o uso, técnica e precaução”, destaca.
A perícia também submeteu fragmentos do pulmão da paciente a análise. Ficou comprovado que houve um “dano grave e irreversível de pneumonite e pneumonia aspirativa”. Ao sofrer a parada respiratória, parte do aspirado do abdômen foi para o pulmão.
Indiciamento da biomédica Lorena Marcondes
O delegado Marcelo Nunes a indiciou por homicídio doloso qualificado.
“Por Motivo torpe porque ela só visava o lucro. As planilhas não tem dados científicos do paciente, só questões financeiras. Pena mínima de 12 a 30 anos. Traição, ela enganava os pacientes. Ela falava que não era procedimento invasivo. Só no corpo da Iris foi 12 infusões. Se isso não é invasivo, o que é então? Ela enganava as pacientes (…)”, alegou.
Já as duas funcionárias, Arielle e Paloma, foram indiciadas por homicídio simples.
A polícia vai pedir, novamente, a prisão da biomédica.