Brasil condena ataques a usinas nucleares no Irã e alerta para risco global

Política
Por -22/06/2025, às 16H53junho 22nd, 2025
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Itamaraty repudia ações de Israel e EUA e reforça necessidade urgente de uma solução diplomática

O governo do Brasil condenou com veemência os recentes ataques militares de Israel e dos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã. Em nota divulgada neste domingo (22), o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) afirmou que as ofensivas violam a soberania iraniana e o direito internacional, além de colocarem em risco a estabilidade do Oriente Médio.

De acordo com o comunicado, “qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica”. O Itamaraty destacou, ainda, que essas ações armadas expõem populações civis ao risco de contaminação radioativa e podem provocar desastres ambientais de larga escala.

Além disso, o governo brasileiro reiterou sua posição histórica em favor do uso exclusivamente pacífico da energia nuclear. O Brasil também rejeita, com firmeza, qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões instáveis como o Oriente Médio.

O Itamaraty também manifestou repúdio a ataques recíprocos contra áreas densamente povoadas, os quais têm causado um crescente número de vítimas e danos à infraestrutura civil. Entre os alvos, estão instalações hospitalares, protegidas pelo direito internacional humanitário.

Israel e EUA x Irã: Governo do Brasil defene fim de ataques

Ao concluir a nota, o governo brasileiro reforçou a necessidade de contenção imediata por todas as partes envolvidas no conflito. “O Brasil ressalta a urgente necessidade de uma solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra caminho para negociações de paz. As consequências da atual escalada militar podem gerar danos irreversíveis à paz mundial, à estabilidade regional e ao regime internacional de não proliferação nuclear”, alertou o Itamaraty.

Contexto da crise no Oriente Médio

No último dia 13, Israel lançou um ataque surpresa contra o Irã, alegando que o país estaria próximo de desenvolver uma arma nuclear. A ação marcou uma escalada no conflito na região, já fragilizada por anos de tensão geopolítica.

Neste sábado (21), os Estados Unidos ampliaram o confronto ao atacar três usinas nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan. Em resposta, o Irã voltou a defender que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos. Além disso, destacou que negociava com Washington um novo acordo para garantir o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), do qual é signatário.

Apesar disso, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) vinha apontando falhas no cumprimento das obrigações por parte do Irã. Entretanto, a própria agência não apresentou provas de que o país esteja produzindo uma bomba atômica. O governo iraniano acusa a AIEA de agir com motivação política. Além disso, de seguir orientações das potências ocidentais, como Estados Unidos, França e Reino Unido, que apoiam Israel na guerra contra Teerã.

Curiosamente, em março, a própria inteligência dos Estados Unidos informou que não havia evidências de que o Irã estivesse fabricando armas nucleares. Essa posição, no entanto, passou a ser questionada publicamente pelo presidente Donald Trump, após os ataques deste fim de semana.

Por outro lado, embora Israel não admita oficialmente possuir armas nucleares, múltiplos relatórios internacionais apontam que o país mantém um programa nuclear secreto desde os anos 1950. Estimativas indicam que o Estado israelense teria desenvolvido pelo menos 90 ogivas nucleares.

Com informações da Agência Brasil