Estudo revela que cada família brasileira jogou fora 44kg de roupas em 2023; fast fashion e falta de reciclagem agravam crise ambiental
O Brasil descarta anualmente 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis, segundo dados da consultoria internacional S2F Partners, especializada em gestão de resíduos. Em 2023, cada residência brasileira jogou no lixo cerca de 44kg de roupas e calçados – um volume que supera a média global e expõe a urgência de políticas de reciclagem e consumo consciente no país.
O problema do descarte têxtil no Brasil
- Cada brasileiro descartou 382kg de lixo em 2023, sendo 5,6% desse total composto por têxteis, couro e borracha.
- Roupas sintéticas podem levar até 200 anos para se decompor, enquanto algodão demora cerca de 5 a 10 anos.
- Fast fashion é um dos grandes vilões: o setor consome 215 trilhões de litros de água/ano (equivalente a 86 milhões de piscinas olímpicas) e emite 2% a 8% dos gases de efeito estufa globais.
Fast Fashion: Comprar mais, usar menos
- O modelo de moda rápida incentiva o consumo excessivo:
- US$ 460 bilhões são perdidos anualmente com roupas pouco usadas.
- Roupas baratas são descartadas em meses, aumentando o volume de lixo.
- Apenas 1% do material têxtil é reciclado no mundo.
Por que o Brasil precisa de uma solução urgente?
De acordo com Carlos Silva Filho, sócio da S2F Partners e membro do Conselho da ONU para Resíduos, o país está atrasado na gestão sustentável de roupas: “Enquanto outros setores avançam na coleta seletiva, o têxtil ainda carece de iniciativas eficientes. Precisamos estender a vida útil das peças, promover a reciclagem e regulamentar o descarte correto.”
O que pode ser feito?
- Consumo consciente: preferir roupas duráveis e de qualidade.
- Doação e brechós: aumentar a vida útil das peças.
- Reciclagem têxtil: pressionar por políticas públicas e investimentos em tecnologia.
- Regulamentação: leis que obriguem marcas a assumirem a logística reversa.
Com informações da Agência Brasil.
