A comissão da Câmara discutiu políticas para minerais críticos e os desafios de produção e mercado.
A comissão especial da Câmara dos Deputados que acompanha iniciativas para a transição energética discutiu, na última quinta-feira (11/07), em seminário, a necessidade de políticas públicas para minerais críticos e estratégicos e os desafios para a produção e o mercado. “Os minerais críticos são um passaporte para o futuro, e não podemos perder essa oportunidade”, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann.
Perspectivas
Lígia Pinto, vice-presidente da Sigma Lithium, apresentou as perspectivas do mercado de lítio e como a empresa está posicionando o Brasil na liderança do setor. A Sigma é atualmente a quarta maior produtora de lítio do mundo, com 270 mil toneladas anuais de concentrado de lítio grau bateria. “Em 2025, com a expansão das atividades, alcançaremos 520 mil toneladas por ano, e em 2026 a capacidade será de 770 mil toneladas, avançando na cadeia química e agregando ainda mais valor ao produto”, explicou Lígia.
Expansão
A executiva destacou que a expansão tornará a Sigma ainda mais competitiva, diluindo os custos operacionais, que já são baixos. “A Sigma tem baixos custos, o que mostra sua viabilidade mesmo quando o preço do lítio caiu 85% no mercado. Conseguimos operar de forma única e enfrentamos a baixa de preços com a proposta de atingir uma escala que nos torne ainda mais fortes”, disse. Lígia também enfatizou a importância da duplicação de empregos para o Vale do Jequitinhonha.
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Lígia ressaltou ainda o diferencial da Sigma em seu modo de produção, que adota práticas ESG, sem o uso de químicos nocivos, água potável ou energia suja, sendo carbono zero e sem barragem de rejeitos. “É um produto relevante e forte, de uma empresa brasileiríssima. Não somos mais um país que vende minério cru; somos exportadores de um produto tecnológico e verde, o que nos torna únicos”, afirmou.
Propostas
Durante o seminário, Lúcia Helena Xavier, pesquisadora do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) e co-autora de um estudo encomendado pelo IBRAM, apresentou propostas para a construção de uma política para minerais críticos e estratégicos. “Em um momento em que o mundo discute a transição para uma economia de baixo carbono, ter planejamento estratégico e políticas para esse setor da mineração é crucial para que o Brasil atinja as metas de carbono zero até 2050”, concluiu.