Amanda Quintiliano

 

Durante o dia os pertences dos moradores ficam empilhados em cantos da cidade (Foto: Amanda Quintiliano)

Durante o dia os pertences dos moradores ficam empilhados em cantos da cidade (Foto: Amanda Quintiliano)

Não são de hoje as reclamações da população quanto ao aumento expressivo de mendigos pelas ruas de Divinópolis. Medo, preocupação, são apenas dois sentimentos de quem passa, principalmente, por alguns pontos da região central. Com receio da ação dos pedintes, a maioria das pessoas acaba cedendo e dando esmola. Para coibir essa prática e tentar direcionar os moradores de ruas, a Associação Comunitária para Assuntos de Segurança Pública (Acasp) vai lançar, em janeiro, a campanha “Não dê esmola, dê dignidade”.

 

A metodologia da campanha será definida na próxima segunda-feira (16) durante a reunião da diretoria da associação. O crescente número somado aos perigos para quem anda pela região central da cidade são os fatores que levou a Acasp a pensar em uma iniciativa para tentar contornar essa situação.

 

“Em Divinópolis existe um número grande de pedintes, principalmente de cidades vizinhas que vem para cá. Então vamos trabalhar essa conscientização para a população parar de dar esmola, mesmo que tenha medo. O melhor a se fazer é doar para entidades que podem ajudar esses moradores de rua”, explica o presidente da Acasp, José Vitor Batista de Freitas.

 

Dados

 

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Seds), há em Divinópolis, pelo menos, 80 moradores de rua. O número aumentou 57% este ano se comparado com 2012. No ano passado haviam catalogados na secretaria 44 pedintes. Parte dessas pessoas vem à cidade em procura de emprego e a outra é usuária de drogas.

 

Hoje, a única assistência para quem vive nas ruas é o Centro de Referência Especializado (CREAS). Os profissionais fazem o encaminhamento a entidades sociais ou providenciam o retorno para a cidade natal de cada um. No primeiro semestre deste ano 144 pessoas foram encaminhadas para os municípios de origem. A maioria, segundo balanço da Seds, é de Belo Horizonte, alguns de municípios vizinhos e a outra parte da região Nordeste do país, por exemplo, de Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.

 

O único espaço destinado ao recebimento dessas pessoas ero Centro do Migrante, fechado há um ano. “O local estava condenado pela Vigilância Sanitária e apresentava riscos para elas. Então vejamos e havíamos feito um convênio com uma entidade que iria ceder o prédio. Mas, essa entidade não pode manter o acordo e agora estamos procurando um novo local”, explica o secretário da pasta, Paulo dos Prazeres.

 

O processo seletivo da equipe formada por oito profissionais já foi feito. A expectativa é de um novo local ser definido ainda no início do próximo ano. “O problema não é o recurso, já temos equipe, dinheiro reservado para isso. Não estamos achando é um local adequado para alugar”, relata o secretário.