Ele é de Belo Horizonte e contou com agenciadores para fazer a prova de legislação em Divinópolis; Investigações continuam
A Polícia Civil divulgou, nesta quinta-feira (19), mais detalhes, acerca da prisão de um candidato, de 22 anos, um instrutor, de 49 anos e um terceiro envolvido, de 40 anos, suspeitos de fraudarem uma prova, para a aquisição de uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH), em Divinópolis.
De acordo com Leonardo Pio, delegado regional, após o recebimento de denúncias, a equipe de inteligência da PC iniciou um processo de monitoramento da sala de aplicação dos exames em Divinópolis. Com isso, na semana passada, o candidato foi flagrado, usando um ponto eletrônico e com ele, foram localizados outros aparelhos, como uma microcâmera e um celular.
Desta forma, os instrutores passavam as informações para o candidato, que é natural de Belo Horizonte e omitiu o endereço inexistente na prova, responder as questões do exame.
“Sendo confirmada essa situação, o candidato foi preso em flagrante pela prática de estelionato e também foi identificado um agenciador, que o trouxe para Divinópolis, para fazer o exame. Diante da robustez de provas, que vinculavam o candidato à essa pessoa e à um terceiro, este último também foi identificado, se trata de um instrutor de Divinópolis, foi feito o pedido de prisão preventiva e esta foi deferida pela Justiça. Ele se encontra no presídio Floramar”, falou Pio.
Depoimento
Segundo a delegada Adriene Lopes, que está acompanhando o inquérito, o candidato, em depoimento, declarou que pagou a quantia de R$3 mil para ser aprovado no exame, porque ele já teria feito outras provas e foi reprovado nestas anteriores. Nesta última, o aluno chegou a ser aprovado, mas o processo foi cancelado, após a descoberta da fraude.
“Então, o candidato veio para Divinópolis, por intermédio das demais pessoas que estamos investigando, para conseguir ser aprovado”, detalhou.
Investigações continuam
Adriene ainda detalhou que as investigações seguem em andamento. Os suspeitos podem responder pelo crime de estelionato mediante fraude e outros delitos, que podem ser identificados ao longo do processo, além também da associação criminosa. Além disso, a apuração também seguirá em andamento, para identificar se esta prática também ocorre em outras autoescolas.
Leonardo Pio também informou que a autoescola, onde a fraude ocorreu, certamente responderá pelo crime. Segundo o delegado, recai sobre ela, a responsabilidade objetiva quanto aos funcionários.
“Então neste momento inicial, estamos produzindo um inquérito policial e assim concluído, vamos instaurar um processo administrativo, tanto para a responsabilização dos instrutores, bem como do centro de formação dos condutores ao qual estes estão vinculados”, informou o delegado regional.
Orientação
O chefe do sétimo departamento da PC, Flávio Destro, declarou que a Polícia Civil, através do departamento de trânsito, como o órgão responsável pela gestão do processo de habilitação, instrui os servidores, examinadores e todos os componentes de banca examinadora, a estarem atentos a este tipo de prática, a fiscalizarem, tanto na prova de legislação, quanto na de direção, qualquer tentativa de fraude.
“Então há uma determinação da nossa chefia, da diretoria do Detran e de todos os presidentes e coordenadores das bancas do interior do estado, para que este trabalho de fiscalização seja cada vez mais eficaz, para que ele possa, de fato, estar atento a indentificar essas práticas e tentativas de fraude, em qualquer área de exame. Então essa é uma ação que demonstra que a fiscalização vem sendo eficaz e que as pessoas estejam atentas, para que todas saibam que qualquer tentativa de fraude no processo de habilitação, a PC está fiscalização e em uma eventual identificação dos fatos, está prendendo em flagrante, qualquer pessoa que venha a se aventurar nessa prática”, finalizou.
O candidato e o instrutor, no momento, estão em liberdade provisória e o material apreendido, foi encaminhado para a perícia, em Belo Horizonte.