Sensibilidade deveria ser característica de gente, mas atualmente é fenômeno de “coisa” e coisa é diverso. Acompanho uma notícia de economia aqui. A Europa também sofre com a crise de energia e por lá já falam no aumento do petróleo. O Mercado, aqui, alvoroça e a Petrobras não descarta, por mais uma vez, o aumento do combustível.
O mundo, os mercados e a economia estão interligados. É coisa sensível que estremece ao menor movimento. Para agir nesse ambiente há de se ter precisão cirúrgica. Tudo é especulação. No digital tem até moeda que não é moeda. É dado de computador, coisa que não se junta em espécie.
Sempre achei estranha a expressão: “o humor do mercado”. Humor quem tem é gente, e ele varia com as nossas circunstâncias humanas. Ao mimar esse ente, o Mercado, bajula-se alguns em detrimento de milhões.
Ganhar dinheiro é bom e, assim como você, eu quero a minha fração nesse negócio. Pode ser a reserva para a próxima viagem ou a grana que falta para trocar o carro.
Estica, corta e o dinheiro não dá. Mas estamos “remediados”, represados, entre quem vai fazer turismo no espaço e aqueles que atravessam um mar de deserto com uma muda de roupa. Desejosos do tudo de resto dos outros para recompor a dignidade que foi roubada pela miséria.
Nesse meio tempo, do outro lado do mundo, o humor do Mercado oscila.
Bobagem essa! Quem não tem dinheiro não vê necessidade em ter carteira ou investir na bolsa. Open Banking é viver de auxílio. Sem reserva ou vela para dar partida.
O capital precisa capitalizar o ser humano. Sair do mundo das coisas e conectar com o real, com o que é igual. Capitalizar o outro não é só uma questão monetária, é reconhecer o outro como gente.
Quem deveria saber não lê essas linhas. Está salvo numa bolha ou num desses jatos que passam sobre nossas cabeças sem ninguém dar conta. Estão a salvo numa ilha no oceano Índico.
De acordo com matéria veiculada pelo site UOL, a fatia que corresponde a 1% da população mais rica do Brasil detém quase a metade da riqueza nacional (49,6%), aponta o relatório da Riqueza Global, publicado anualmente pelo banco CreditSuisse.
No âmbito global, a concentração de riquezas também é alvo de preocupação. O relatório estima que cerca de 50% dos adultos mais pobres, em conjunto, detinham 1% da riqueza global total no final de 2020. Por outro lado, a fatia correspondente aos 10% mais ricos detém 82% da riqueza global, sendo que o topo da pirâmide (1%) tem quase metade (45%) de toda a riqueza.
No fim de 2020 a riqueza mundial era estimada em US$ 418 trilhões. Enquanto isso, a população mundial é estimada em 7,6 bilhões de pessoas. Fazendo uma análise rasa se percebe logo que a relação riqueza/pessoas é desigual.
Quanto a isso, o saldo no banco e as imagens e matérias jornalísticas não deixam dúvidas.