O casal está há três meses na Tailândia (Foto: Arquivo Pessoal)

Amanda Quintiliano

As relações de trabalho estão mudando. O expediente de 08h às 18h adotado por muitas empresas está ficando para trás e dando espaço ao home office. Mas, tem alguns profissionais que vão bem além, e fazem do “mundo seu escritório”. Este é o caso de um casal de Divinópolis que há três meses se mudou para a Tailândia.

O termo Nômades Digitais vem ganhando cada vez mais notoriedade. Eles conseguem trabalhar e ganhar dinheiro de qualquer parte do mundo. Para isso, precisam apenas de uma boa internet e disciplina. Essa liberdade e a chance de conhecer novas culturas foram o que conquistaram Thiago Xavier e Lorrane Bernardes.

Formados em publicidade e propaganda o casal tinha a própria agência. Mas, essa não era a independência que pretendiam.

“Queríamos viajar pelo mundo mas não queríamos ser mochileiros, foi então que a Lorrane me apresentou o estilo de vida nômade digital. Com essa ideia em mente começamos o processo de captura de clientes, trocamos o atendimento porta a porta por atendimento online, nos tornamos freelancers. Eu fazendo modelagem 3D e a Lorrane fazendo design”, conta Thiago.

No final de 2015 eles fecharam a agência e passaram todo o ano de 2016 vendendo os equipamentos e planejando a viagem. Foram muitas as pesquisas até escolherem o primeiro destino. O casal está há três meses na Tailândia. O baixo custo de vida, a qualidade e segurança foram fatores predominantes na escolha.

“Outro ponto é a tolerância com a comunidade LGBT, aqui eles tem seu lugar na sociedade, trabalham, vivem e são respeitados, isso nos enche os olhos de alegria, pois o respeito é muito forte aqui.”

Dificuldades

Apesar da cultura diferente, a adaptação foi mais fácil do que poderiam imaginar. Com a maior parte do Produto Interno Bruto (PIB) vindo do turismo, a população e os lugares são preparados para receber estrangeiros. Sem falar o idioma local, eles utilizam o inglês para se comunicarem.

“Mesmo que você entre em uma loja e a atendente não fale inglês, com poucos gesto você consegue o que procura. A Tailândia é um país de fácil adaptação. Outra ponto que ajuda é que aqui as coisas são menos burocráticas que no Brasil, seja para comprar um chip para o celular ou para alugar um apartamento. Mas algo que estranhamos muito foi o calor, é extremamente quente seja de dia ou à noite”, relata.

Para trabalhar, qualquer local que dê para apoiar o computador e tenha internet serve.

De volta ao Brasil

Apaixonados pela Tailândia e inquietude de conhecer o mundo afasta cada vez mais a possibilidade de retornarem um dia para o Brasil. Pelo menos por agora a ideia é visitar as cidades brasileiras apenas como turista.

“Ainda não sabemos se iremos voltar de fato a viver no Brasil e construir uma vida fixa em algum ponto no futuro. Mas por enquanto não temos a menor intenção de ficar por lá mais de alguns poucos meses por ano, e apenas para rever nossos familiares e amigos”.

 



Dicas para quem quer ser um nômade digital

“Primeiramente, planeje sua vida pessoal e profissional. Tenha em mente seu objetivo e trabalhe nele todos os dias. Planeje, pense e repense. Quanto mais preparado você estiver, menor é o risco de algo dar errado. Para as pessoas que gostariam de se tornar Nômades Digitais, é importante ter várias fontes de renda e nunca apenas uma fixa. Ter também um fundo de emergência básico, um bom seguro viagem e ter pelo menos boa parte dos gastos fixos reservados, ou seja, se irá morar em algum lugar por 3 meses, tenha no mínimo dinheiro para 2 meses já garantidos. Além de tudo isso, saber que irá passar dias trabalhando e não turistando e estar preparado para passar por momentos (muito) difíceis.