Parlamentares negam que tenham conhecimento sobre esquema de propina; Ana Paula do Quintino mente sobre votação de projeto
A Comissão Processante que analisa o processo de cassação dos veredaores de Divinópolis Eduardo Print Júnior (PSDB) e de Rodrigo Kaboja (PSD) ouviu os parlamentares convocados como testemunhas deste último. A oitiva ocorreu na sexta-feira (9/2). Todos negaram ter qualquer informação de esquema de propina para aprovação de projetos de zoneamento.
Kaboja, desde a operação Gola Alva, apareceu publicamente pela primeira vez. Ele acompanhou os depoimentos ao lado do advogado Daniel Cortez. A defesa arrolou os vereadores como testemunhas, conforme Cortez, para esclarecer alguns fatos.
Oivita do processo de cassação de mandato
A primeira ouvida foi a vereadora Ana Paula do Quintino (PSC). Se limitando a responder “não” aos questionamentos, mentiu ao dizer não ter votado projetos de zoneamento.
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No dia 21 de setembro de 2021, por exemplo, a Câmara Municipal aprovou o Projeto de Lei 136/2021, de autoria do vereador Rodrigo Kaboja. Ele, então, alterou a mudança de zoneamento no local conhecido como Cemitério dos Vivos, às margens da Rodovia dos Batistas.
O interessado na aprovação do projeto foi o ex-comandante do 10º Batalhão do Corpo de Bombeiros, Paulo Adriano Cunha, já ouvido pela comissão. Aprovado por unanimidade, ele teve o voto favorável de Ana Paula do Quintino.
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Vereadores negam conhecer esquema de propina
Todos os demais vereadores ouvidos na oitiva do processo que pode levar à cassação de mandato seguiram o mesmo rastro e negaram participação, assim como, conhecimento sobre esquema de propina na câmara de Divinópolis. Hilton de Aguiar, por exemplo, afirmou desconhecer o motivo pelo qual a defesa de Kaboja o arrolou como testemunha.
Nesta mesma linha ocorreu a oitiva do presidente Israel da Farmácia (PSD). Ele também negou ter qualquer informação relacionada ao tema. A comissão ainda ouviu os vereadores Flávio Marra (Patriota) e Rodyson do Zé Milton (PV). Ambos, também negam saber qualquer coisa sobre propina e projetos de zoneamento.
O vereador Josafá Anderson (CDN) não participou da oitiva. Apresentou atestado de COVID-19. De acordo com a comissão, haverá uma nova data.
Oitiva presencial do prefeito no processo de cassação de mandato
A defesa do vereador Eduardo Print Júnior pediu que o depoimento do prefeito Gleidson Azevedo (Novo) ocorra presencial. Na semana passada, a comissão aprovou por dois votos (Ney Nurguer e Zé Brás) que ela ocorra por escrito a partir de pedido do chefe do Executivo, na contramão da recomendação da procuradoria.
“A gente entende que é importante que ele [prefeito] venha explicar ao povo e para o povo o fato que aconteceu, já que ele foi o precursor da denúncia criminal que deu esteio a esse pedido de cassação”, disse a defesa.
Conforme Ney Burger, a Comissão vai analisar o pedido.