CCJ do Senado adia análise do novo Código Eleitoral; veja principais mudanças propostas

Política
Por -02/04/2025, às 17H24abril 2nd, 2025
Antonio Augusto/Ascom/TSE

Projeto com 900 artigos unifica leis eleitorais e trata de fake news, cotas para mulheres e fiscalização das urnas; votação na CCJ está prevista para maio

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou, nesta quarta-feira (2/4), a análise do Projeto de Lei Complementar (PLP) 112/2021, que propõe um novo Código Eleitoral unificado. Com quase 900 artigos, o texto consolida sete leis eleitorais e aborda temas como fake news, cotas para mulheres, fiscalização das urnas e inelegibilidade.

A votação foi adiada para 14 de maio, após três audiências públicas. Para valer nas eleições de 2026, o projeto precisa ser aprovado até outubro deste ano.

Principais pontos do novo Código Eleitoral

Cotas para mulheres na política

O relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI), propôs uma cota mínima de 20% para mulheres nas casas legislativas. A regra terá validade por 20 anos, com revisão a cada duas eleições. Partidos que não cumprirem a cota não terão chapas indeferidas, mas as vagas não preenchidas ficarão vazias.

A senadora Augusta Brito (PT-CE) questionou se a medida representa avanço ou retrocesso:
“Ainda tenho dúvidas se o que está no relatório não é um retrocesso em relação à participação feminina.”

Fiscalização das urnas e combate a fake news

O projeto garante a fiscalização das urnas pelo TSE, partidos, Ministério Público, OAB e sociedade civil. Também prevê a participação das Forças Armadas no processo.

Quanto às fake news, estabelece:

  • Prisão de 1 a 4 anos + multa para quem divulgar informações falsas sabidamente.
  • Proibição de disparos em massa de conteúdo eleitoral.
  • Liberação de impulsionamento pago (limitado a 10% do teto de gastos da campanha).

Quarentena para candidatos e inelegibilidade

  • Ministros, governadores e prefeitos devem deixar o cargo até 2 de abril do ano eleitoral.
  • Magistrados, policiais e militares terão quarentena de 4 anos antes da eleição.
  • Prazo máximo de inelegibilidade (incluindo Lei da Ficha Limpa) será de 8 anos.

O projeto busca modernizar as regras eleitorais, mas ainda gera discussões entre parlamentares.

Com informações da Agência Brasil.