Advogado das famílias  afirma que os envolvidos estão num verdadeiro jogo de “empurra”.

 

A situação do desmoronamento do muro do Cemitério da Paz em Divinópolis, que ocorreu no dia 31 de janeiro, continua sem uma solução concreta após meses. Recentemente foi realizada uma visita dos técnicos da Polícia Civil, que afirmaram após vistorias, que os trabalhos podem durar de 40 a 50 anos e gerar um custo de aproximadamente R$ 20 milhões.

De acordo com a Prefeitura, desde o ocorrido vem sendo buscado soluções. O município realizou trabalhos para impedir um novo desabamento e defendeu a ideia de que seja contratada uma empresa de arqueologia para que seja removido todos os restos mortais dentro do maior respeito, de todos os cuidados arqueológicos, técnicos, emocionais, devidos em uma situação como esta.

Em entrevista ao Portal Gerais, um dos advogados das famílias vítimas do ocorrido, Müller Oliveira, afirmou que não houve acordo até o momento com os envolvidos e que a ideia da empresa arqueológica não foi da prefeitura e sim da associação

“Nem a prefeitura, nem as empresas e a família Martins apresentaram um plano concreto para resgate e identificação dos restos mortais que estão nos escombros. A ideia da empresa arqueológica não foi da Prefeitura, muito menos uma proposta, eles só colocaram dificuldades e nunca um plano para a solução. A proposta apresentada pela associação é a contratação, a ser feita por todos os envolvidos, da empresa especializada já indicada no processo, que tem capacidade técnica para a solução do problema,” comentou.

A família Martins a que se refere o advogado é a do ex-deputado federal, Jaime Martins. Ainda de acordo com Oliveira, a falta de acordo motivou o ajuizamento da ação civil pública movida pela associação.

“Entramos com uma ação civil pública, que já foi admitida pelo juízo, em nome da associação das vítimas, na qual pedimos uma liminar na justiça para que de imediato a empresa em questão fosse contratada para a solução do problema. O juiz da Vara de Fazendas Públicas negou o pedido e hoje temos um recurso correndo no TJMG, no qual solicitamos a mesma providência. O recurso ainda não foi julgado. Os demais envolvidos estão sendo comunicados da existência do processo para que possam apresentar suas defesas,” afirmou.

A assessoria da prefeitura esclareceu que vem buscando soluções.

“Recentemente a convite da procuradoria geral do município, os técnicos da Polícia Civil de MG estiveram no local fazendo uma análise da situação. Os números apresentados não só para a prefeitura, mas também para os representantes da empresa e das famílias, é de que um trabalho de identificação dos restos mortais através de ossadas, através de DNA, é um trabalho que pode durar segundo a área técnica da polícia civil de 40 a 50 anos. E mais, geraria um custo de aproximadamente 20 milhões.”

Mas de acordo com a associação, a Prefeitura não tem nenhum dado técnico para fazer essa afirmativa.

“O que se percebe é apenas uma tentativa de convencer a opinião pública de que nossa ação não tem sentido, mas conforme já demonstrado no processo, já indicamos solução técnica que resolverá o problema em tempo razoável. Basta a boa vontade, empatia e solidariedade por parte dos causadores desta chaga aberta no coração da nossa cidade, “afirmou.