Algumas cervejas feita por grandes indústrias brasileira chegam a conter 45% de milho

Antonio Andrade

Algumas cervejas feita por grandes indústrias brasileira chegam a conter 45% de milho

Algumas cervejas feita por grandes indústrias brasileira chegam a conter 45% de milho

– Professor, cerveja tem milho?

– Não.

– Não?

– Cerveja, cerveja mesmo, cerveja de verdade, não!

Foi assim que me respondeu um mestre cervejeiro em meu primeiro curso teórico de cerveja artesanal.

No Brasil, com o aval da legislação brasileira, a cerveja feita pelas grandes indústrias contém 45% de milho, tirando o lugar da cevada. Mas por quê? Ora, logicamente porque é mais barato (em média 30%). São os cereais não maltados que algumas vezes vemos nos rótulos. E, ao iniciar no fantástico mundo das cervejas especiais, o primeiro pensamento é – Vou beber apenas cervejas que não contenham cereais não maltados – Errado. Há ótimas cervejas que usam cereais não maltados. Dois excelentes exemplos: a Witbier recebe um pouco de trigo não maltado para deixá-la mais leve e as Oatmeal Stouts recebem este nome porque ganham aveia pra ganhar cremosidade. Daí a confusão.

A treta é que grandes cervejarias brasileiras usam o termo “cereal não maltado” em seus rótulos sem contar quais são.

– Nós adequamos o produto ao paladar e ao clima do país.

Esta é a desculpa usada. Sabemos que as American lagers (chamamos aqui de Pilsen, mesmo não sendo) contém muito milho e arroz. A cerveja fica muito leve e você bebe um caminhão sem nem sentir (na hora, porque no outro dia…).

Vamos lá; a Lei de Pureza Alemã (Reinheitsgebot) ordena que a cerveja tem que ser fabricada apenas com água, malte de cevada e lúpulo. Mas e a levedura? Este ainda não era conhecido na época deste decreto alimentar que é um dos mais antigos da Europa. Posteriormente foi adicionado trigo (ainda bem) na fabricação.

Mas a cerveja é pior por ter milho?

Eu não me arriscaria a afirmar isto. A indústria brasileira de cerveja tem mais de 100 anos e são muito bem aceitas pelos consumidores. Mas é fato que cada vez mais pessoas estão alimentando seus churrascos com Heineken e outras puro malte com preços iguais ou levemente superiores a Skol, Antarctica e Brahma (chupa Ambev!).

O que comprova esta tendência foi o que abordamos em nosso último artigo, a Bohêmia, através da poderosa Ambev se rendeu a incrível cervejaria artesanal Wäls: quem ganha somos nós, porque, não sei você, mas eu ainda prefiro o milho no mingau, bolos e, claro, nas pamonhas!