Grupo de alimentos custa 0,43% a menos que no mês de junho deste ano
Um pouco de alívio para o divinopolitano. De acordo com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico-sociais (Nepes) da Faculdade Una Divinópolis, em julho, a cesta básica de alimentos teve uma nova redução. Apesar de pequena, esta é a terceira queda seguida no valor do grupo de alimentos. Segundo o núcleo, o custo médio da cesta básica apresentou queda de 0,43% em relação a junho, atingindo o valor de R$ 572,04.
No mês anterior, o valor foi de R$ 574,54. Em comparação com julho de 2021, a cesta teve elevação de 25,8%. Na variação acumulada do ano, ou seja, entre janeiro a julho, a cesta básica de alimentos apresentou aumento de 6,7%.
Segundo o coordenador do levantamento, professor Wagner Almeida, em julho, entre os 13 itens que compõe a cesta básica, além da carne, 6 tiveram aumento nos preços médios na comparação com o mês anterior: farinha (13,02%), leite (5,14%), arroz (3,70%), pão francês (3,38%), café́ (2,33%) e manteiga (1,56%).
“No caso do leite e derivados que seguiram em alta, o motivo deve-se a extensão do período de entressafra, devido ao clima seco e à ausência de chuvas, somada ao aumento do custo de produção (medicamentos e alimentação) e à maior demanda por parte das industrias de laticínios. Já́ a alta no preço da farinha e do pão deve deve-se a alta do trigo no mercado interno, consequência da baixa oferta e da taxa de câmbio desvalorizada”, explica o especialista. No caso da carne bovina; que representa o maior peso (40,3%) na composição da cesta básica de alimentos, foram pesquisados os cortes chã de dentro e chã de fora.
Wagner destaca que no mês de julho foi observado uma elevação de 2,95% em relação a junho no preço médio do quilo da carne bovina de primeira. “Em 12 meses, ou seja, de agosto de 2021 a julho de 2022, o quilo da carne bovina de primeira apresentou alta de 20%”, ressalta Wagner. Ainda segundo a pesquisa, dos itens que apresentaram redução no mês de julho, destaque para o tomate (27,51%) e o óleo de soja (10,19%).
“A maturação rápida do tomate elevou a oferta e os preços caíram. Já os preços internacionais da soja caíram, em virtude da menor demanda dos EUA e da China. Internamente, a oferta maior e a menor demanda, devido aos altos patamares dos preços do óleo no varejo, explicaram o decréscimo do valor médio”, explica o professor.
Cesta e tempo de trabalho
Segundo o levantamento realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico-sociais (Nepes) da Faculdade Una Divinópolis, para o trabalhador remunerado pelo piso nacional, R$ 1.212,00, o custo da cesta básica em julho foi equivalente a 47,2% do salário mínimo bruto. Em julho de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 41,4%.
Considerando o salário mínimo líquido, em julho de 2022, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador precisou comprometer 51,03% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês.
Ainda de acordo com o levantamento realizado em Divinópolis no mês de julho/2022, estima-se que o Salário Mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 4.805,74 ou 3,96 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em julho de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 3.821,28 ou 3,47 vezes o mínimo vigente na época, de R$ 1.100,00. Com base no valor médio da cesta básica em julho/2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta foi de 103 horas e 50 minutos, menor do que o registrado em junho, de 104 horas e 17 minutos. Em julho de 2021, a jornada necessária ficou em 90 horas e 58 minutos.
Pesquisa
O Boletim Econômico elaborado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico Sociais (NEPES) da Faculdade UNA Divinópolis, tem como objetivo fazer levantamentos de preços e fornecer informações sobre um conjunto de produtos alimentícios considerados essenciais. A pesquisa desta edição foi realizada entre os dias 25 a 29 de julho com levantamento de preços praticados em 05 diferentes estabelecimentos do ramo de produtos alimentícios de Divinópolis, que possuem em sua estrutura açougue, padaria e hortifrúti.
A metodologia utilizada para a coleta dos dados segue as orientações sugeridas pelo Departamento intersindical de estatística e estudos socioeconômicos (DIEESE). Esta cesta, chamada Cesta Básica de Alimentos, composta por 13 produtos alimentícios, seria suficiente para o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta, durante um mês, contendo quantidades balanceadas de todos os nutrientes necessários a manutenção da saúde.