Cesta básica sobe em Divinópolis e consome quase metade do salário mínimo

Minas Gerais
Por -12/05/2025, às 10H26maio 12th, 2025
cesta básica divinópolis
Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

Batata, café e manteiga puxam alta; carne bovina continua sendo o item mais pesado na composição

Em abril de 2025, o custo médio da cesta básica em Divinópolis, na Região Centro-Oeste de Minas aumentou e chegou a R$ 696,39.

No mês anterior, o valor era de R$ 690,77. Portanto, houve uma elevação de 0,81%, conforme apontou a pesquisa do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico-sociais (NEPES), da Faculdade Una Divinópolis, que integra o Ecossistema Ânima.

Produtos que puxaram a alta

Entre os produtos que puxaram a alta, a batata inglesa apresentou o maior aumento 14,83%. Logo em seguida, o café em pó subiu 7,78% e a manteiga, 6,29%. Segundo o professor Wagner Almeida, responsável pelo estudo, o calor intenso reduziu a produtividade da batata e prejudicou a colheita.

Além disso, a oferta de batatas com boa qualidade também caiu. No caso do café, o cenário global mostra menor disponibilidade. Assim, os preços devem continuar altos.

Mesmo com um reajuste de apenas 0,02%, a carne bovina continua pesando no bolso do trabalhador. A pesquisa considerou os cortes chã de fora e chã de dentro. Como a carne representa 40,6% da composição da cesta, qualquer aumento nesse item impacta diretamente no valor final.

Por outro lado, alguns produtos registraram queda. O tomate ficou 6,48% mais barato. A farinha de trigo caiu 4,84% e a banana recuou 2,89%. Esses alimentos ajudaram a amenizar, ainda que de forma tímida, o impacto no custo total da cesta.

A equipe de pesquisadores realizou o levantamento entre os dias 23 e 28 de abril. Eles visitaram sete supermercados da cidade, todos com açougue, padaria e hortifruti. A Cesta Básica de Alimentos analisada contém 13 itens. Ela oferece os nutrientes essenciais para manter a saúde de um trabalhador adulto durante um mês.

Ao comparar o valor da cesta com o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador comprometeu 49,6% da renda em abril. Em março, esse percentual havia sido de 49,2%. Dessa forma, quase metade do rendimento mensal seguiu direcionado apenas para a alimentação básica.