Ficou um tanto quanto confusa a verdadeira intenção do prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (PSC) ao abordar, descompassado, o agente de trânsito no bairro Esplanada, em Divinópolis, neste sábado (10/7).
O vídeo que viralizou e tornou-se pauta deste final de semana nas redes sociais foi um tiro no pé.
A falta de traquejo do prefeito evidência o despreparado para lidar com “pessoas”, ou, no mínimo, a ausência de assessoria.
Uma abordagem desrespeitosa com um servidor em pleno exercício da função.
Um líder não reprime. Um líder guia e orienta.
Ao que parece, o prefeito esqueceu-se para o que foi eleito. Com um discurso de “não sou político” abandonou os bons modos.
Para quem diz não comungar com o “errado”, a postura dele foi, no mínimo, duvidosa. Desafiou o agente e disse que rasgaria a multa caso ela tivesse sido aplicada.
A declaração alimenta a impunidade e é um chamamento para a desordem. Imagina se todos ignorarem as regras de trânsito?
Depois mudou o tom. No vídeo que publicou, editou o trecho. Pulou direto para a parte que o convém, quando questiona o agente a motivação para o aumento de multas em relação às gestões anteriores.
Para quem busca explicações, foi, absurdamente, na fonte errada. Será que assim, num lampejo, o prefeito esqueceu-se da hierarquia?
A pergunta deveria ser feita ao secretário nomeado por ele. Ou, talvez, a algum dos diretores, também nomeados por ele.
Seria mais inteligente, usar o cérebro ao invés da garganta, pelo menos uma vez. O diálogo constrói.
Se optasse em conversar conseguiria, de forma madura, criar alternativas para uma secretaria mais eficiente, com viés menos punitivo e mais preventivo. Até propor uma reciclagem aos profissionais.
Claro que, tudo dentro do limite e bom senso. Normas estão aí para serem seguidas.
Ninguém precisa lembrar a ninguém que falar ao celular dirigindo é proibido, assim como estacionar em vagas de idosos, não usar cinto de segurança. Cinco minutos ou uma hora, errado é errado.
O prefeito devia poupar energia e a bateria do celular para tentar resolver problemas reais.
As obras do hospital regional continuam paradas.
A Copasa adiou mais uma vez a entrega da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Itapecerica, mesmo assim a conta dos consumidores ficarão 49% mais caras a partir de 1° de agosto.
Duas pautas que já deixaram claro que videozinhos, dancinhas, tapa na mesa e gritos não resolvem.