Prefeito, secretários, editor do Divinews e Marcelo Marreco foram indiciados

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) indiciou cinco pessoas envolvidas nos áudios que apontavam negociata de cargos na Prefeitura de Divinópolis. O prefeito, Galileu Machado (MDB); os secretários de Administração e Governo, Raquel de Freitas e Roberto Chaves, respectivamente; o jornalista Geraldo Passos e o denunciante Marcelo Máximo, conhecido como Marreco, foram indicados por improbidade administrativa.

A denúncia foi feito por Marreco no dia 24 de abril. O denunciante e ex-aliado do prefeito afirmou ter recebido convite para nomeação em um cargo na prefeitura, sem precisar trabalhar. Um áudio de uma suposta conversa dele com o prefeito foi entregue aos vereadores Edson Sousa, Dr. Delano e Adair Otaviano, todos do MDB.

No suposto áudio, o prefeito fala apenas do cargo. Inicialmente menciona uma mudança no organograma e por fim cita a nomeação para uma função de coordenadoria.

“Tive uma ideia de você ficar na coordenadoria, um trem assim, sabe como é que é? Trabalhar não”.

Outros áudios foram gravados pelo denunciante, porém, com o proprietário do blog, Divinews, Geraldo Passos. O jornalista aparece tentando, em um áudio de quase 7 minutos, de dissuadi-lo de fazer denúncias contra o prefeito. Geraldo ainda fala sobre a nomeação.

Segundo Marreco, o jornalista foi até a casa dele acompanhado dos secretários mencionados acima para levar o ato de nomeação. Porém, ele teria recusado.

Investigações

A investigação do Ministério Público ocorreu paralela ao trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O relatório preliminar será lido na reunião desta quinta-feira (01). Porém, ao contrário do promotor Gilberto Osório, o relator Renato Ferreira (PSDB) – aliado do prefeito – entendeu que não houve irregularidades e nem mesmo compra de cargos.

O presidente da CPI, Ademir Silva (PSD) disse ao PORTAL que assinou o relatório com a condição de ser incluída a ressalva de que ele acredita que houve irregularidades. Para ele, os áudios e a investigação deixam claro o oferecimento de cargo indevidamente.

Já o vereador Edson Sousa – autor do pedido de instauração a CPI – recusou a assinar o relatório.

Ao PORTAL, Ferreira disse que as provas e depoimentos colhidos por ele não apontam indícios de crimes. Ele afirmou ser um relatório preliminar e que outras questões devem ser analisadas.

Continua

As investigações devem continuar. Mais duas pessoas serão ouvidas, dentre elas o delegado regional, Leonardo Pio e outro policial que não teve o nome divulgado. As oitivas estão marcadas para o dia 07 de novembro.

Procurado, Passos disse que não irá se manifestar. Marreco e os demais indiciados não foram encontrados.