Operação Thanatos é deflagrada em Divinópolis - Foto: Marcelo Lopes

Entre as pessoas detidas estão servidores; Todos confessaram participação nos crimes;

 

Marcelo Lopes

Continua em andamento a Operação Thanatos, em Divinópolis, com o objetivo de combater um dos maiores esquemas de corrupção já vistos no poder público municipal da cidade. A ação iniciada nesta sexta-feira (02) é realizada em conjunto pela Polícia Civil e o Ministério Público Estadual (MPMG).

Os atos de corrupção envolvem agentes funerários da Prefeitura Municipal que se associaram para o fim de cometerem crimes com particulares para venda de produtos e serviços quando da prestação dos serviços funerários.

Esta ação se desenrolou com base em investigações que se iniciaram em 2016 sobre o mesmo assunto, envolvendo a venda ilegal de túmulos no Cemitério Municipal

“O valor dos túmulos era diferenciado da tabela. Era vendido para as pessoas em um valor inferior, só que o dinheiro não ia para os cofres públicos e sim reembolsado pelos servidores. Tivemos outra investigação que começou no Ministério Público, o que deu origem a toda a ação de hoje”, diz a Delegada de Polícia, Adriene Lopes.

Esquemas de Corrupção

Até o momento, já foram apurados diversos esquemas de corrupção, realizados dentro de uma mesma unidade, envolvendo venda de túmulos, negociações de sepultamentos e de florimentos.

De acordo com o Promotor de Justiça, Gilberto Osório Resende, a atual gestão municipal também mostrou preocupação em relação a estas irregularidades ocorridas no Serviço de Luto, pedindo e cooperando junto ao MPMG que apurasse esta situação. A corrupção também envolviam duas empresas do ramo de floricultura.

“A conclusão foi a de que agentes públicos que atuam no SMDL estavam prestigiando uma determinada empresa que trabalha no ramo de floricultura, envolvendo coroações e florimentos para velórios e sepultamentos. Mediante a uma contrapartida financeira, que seria uma propina, na medida em que o funcionário era procurado, ao invés de promover o fornecimento daquele serviço a um custo mais interessante para a pessoa, que estava vivendo um momento de vulnerabilidade Isso é o que é mais grave. A pessoa era explorada financeiramente. A vítima não vai fazer contas, ela quer resolver aquele momento de dor a solução da questão do velório e sepultamento”, explica o Promotor.

No momento em que a vítima procurava a floricultura, a empresa oferecia os serviços a um maior custo. Em seguida, o servidor que havia indicado a empresa recebia um valor em propina, que era registrado em um caderno, este apreendido durante a ação autorizada pela Segunda Vara Criminal, que contribuiu para o êxito das investigações, que continuam em andamento.

Prejuízo

Leonardo Pio, Delegado Regional, afirma que muitas pessoas foram prejudicadas por estes crimes, tendo um número até então indeterminado. Os danos são imensuráveis, sendo estimado neste momento em R$ 300.000,00 (trezentos mil reais).

“Isso se calcularmos venda de túmulos, super faturamentos de urnas funerárias e comissões indevidas, ou seja, disfarçadas de propina.recebidas pelos agentes funerários. Nos próximos dias, novas apurações serão realizadas, através dos exames periciais e da Perícia Contábil, para que até mesmo estes investigados não sejam somente responsabilizados na esfera penal, mas também na esfera civil, a fim de ressarcir as pessoas prejudicadas e o Poder Público”, relata. Os cidadãos que se sentirem lesados podem se direcionar à força-tarefa para que as providências correspondentes sejam tomadas.

Resultado

Até o momento, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e 5 pessoas foram presas, sendo essas servidores. Todos os detidos confessaram participação nas ocorrências e já foram encaminhados para o presídio Floramar, onde cumprem pena pelos crimes praticados.

Gilberto também pede a compreensão da imprensa, com a justificativa de que algumas informações permanecerão em sigilo para o andamento das investigações, pois se outros dados fossem divulgados, poderiam prejudicá-las. O Promotor agradece o empenho de servidores do MP e de delegados e agentes da Polícia Civil.

“Nós estamos trabalhando incessantemente e vamos continuar. Estamos trabalhando desde as 4 da manhã em cima dessa operação. Se não fosse o trabalho conjunto das instituições Ministério Público e PC, com o esforço individual de cada um dos seus agentes, talvez não tivéssemos este êxito”. completa.