De “Cleitinho elétrico” à disputa pela vaga no Senado: “sou tão bom cantor que virei político”

Cleitinho Azevedo (PSC) entrou na vida política em 2016. Foi eleito o terceiro vereador mais votado da legislatura com 3.023, pelo PPS – atual Cidadania. Foram os vídeos polêmicos, chutando baldes, criticando políticos e fazendo paródias, que o então, conhecido como “Cleitinho Elétrico”, ganhou projeções.

Não é sem razão que na visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Divinópolis – candidato à reeleição – que o agora deputado estadual e candidato ao Senado lembrou que era visto como “chacota” há 10 anos na cidade.

Ao que parece, Cleitinho sempre buscou a “fama”. Ainda jovem, o rapaz que também ajudava os pais do varejão da família, arriscou-se na vida artística. Hoje, já com não tão pouca idade, aos 40 anos, o próprio jingle de campanha fala por si: “sou tão bom cantor que virei político”. A maturidade lhe trouxe a clareza.

Eleição

Como o discurso “não sou político”, ele foi eleito, em 2016, na onda dos “votos de protestos”.
Sem papas na língua, assumiu papel de “oposição”. A boa desenvoltura com as redes sociais lhe rendeu milhares de seguidores. Hoje, só no Instagram são 670 mil.

O boom em visualizações com vídeos polêmicos resultou em 115.492 votos na disputa pela vaga na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Aos poucos, abandonou o jargão “não sou político” para se intitular “fiscal do povo”.

2020

Em quatro anos, Cleitinho havia viralizado de canto a canto de Minas e do país. Um cenário propício para preparar terreno em terras divinas.

A influência do deputado estadual foi decisiva nas eleições de 2020. Tornou-se um forte “cabo eleitoral”. No rastro do boom das redes sociais, fez o irmão gêmeo, Gleidson Azevedo prefeito de Divinópolis e o mais velho, Eduardo Azevedo, vereador. Todos do mesmo partido, o PSC.

E é nesta mesma onda, que Eduardo surfa novamente. Se identificando no material de campanha como “irmão do Cleitinho”, tenta substitui-lo na cadeira da ALMG.

Enquanto isso, Cleitinho que no início da carreira abominava a “velha política” surfa na onda bolsonarista para emplacar a única vaga do Senado.