Amanda Quintiliano
O vereador Cleitinho Azevedo (PPS) até tentou, mas não foi desta vez que a Lagoa do Sidil foi limpa. O parlamentar se uniu a assessores e também aos moradores da região para capinar a orla nesta quinta-feira (23). Entretanto, logo ao começaram, foram barrados pelo secretário de meio ambiente, Clever Grevo, que é processado pelo município por crime ambiental.
Em nota, a prefeitura disse que o secretário não o impediu a limpeza e que, ele apenas explicou sobre o processo adequado. Disse que são necessários critérios técnicos para que não seja enquadrado em algum crime ambiental. A autorização precisa ser expedida pela secretaria. Atualmente, parte da Lagoa do Sidil é de propriedade particular e outra pertence à área verde do município.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente já tem projeto pronto para revitalizar a área e transformá-la em um Parque Ecológico. A pasta prepara ação emergencial para realizar a limpeza do local, respeitando todas as normais ambientais e o cronograma será divulgado nos próximos dias.
Na reunião da Câmara, Cleitinho desabafou e disse que “crime é deixar a lagoa como está”.
“Tiramos dali um colchão. Venho cuidar de um patrimônio da cidade e falam que vão me prender”.
Projeto
A lagoa é contemplada dentro do projeto do Plano Diretor como Área Especial Localizada. Segundo a proposta, a ideia é revitalizar áreas de interesse ambiental e seu entorno, com escopo de suprir a carência de áreas verdes e de convívio ou ainda criar e revitalizar espaços de interesse sociocultural.
Em nota, a prefeitura confirmou a existência do projeto de recuperação para transforma-la em Parque Ecológico. Entretanto, não falou-se em data ou previsão. Também foi divulgado um contato para quem quiser contribuir com a revitalização.
“Podem entrar em contado com a Secretaria de Meio Ambiente pelo 3229-6545. Existe um Fundo Municipal do Meio Ambiente e os recursos são destinados à recuperação de áreas com a Lagoa do Sidil”.
Pauta antiga
Em 2013 uma siderurgia tomou as rédeas e sinalizou a limpeza. Entretanto, não passou de encenação em um cenário formado por máquinas. Foi apenas uma semana de serviço até a paralisação. Na época, a alegação era de que um dos funcionários responsável em operar a draga teve que deixar a função. Um ano depois a informação é de a máquina estava estragada. Desde então ela continua parada no local.
O investimento seria de R$ 200 mil por parte da empresa, em contrapartida a Prefeitura iria liberar as licenças necessárias. O primeiro passo seria a despoluição da lagoa e em seguida a urbanização do espaço.
Holofotes
Os holofotes se voltaram para a lagoa esta semana após a lei 8260 de 2016 ganhar as redes sociais. Publicada no final do ano passado, ela revoga a 6301 de 2015. Esta última tornava a lagoa zona especial 2 e previa a regulamentação por meio de decreto do prefeito por dois anos.
“Está declarada a morte definitiva da Lagoa do Sidil”, afirmou o advogado, Robervan Faria.
Para o advogado, a mudança abre brecha para a especulação imobiliária.