Reunião deixou os ânimos alterados; Renato tentou se explicar sobre esposa e Sargento foi pressionado após denunciar cota de cargos e rachadinha
Tenso. A palavra resume o clima que paira sobre os corredores da Câmara de Divinópolis, nesta sexta (28). As desconfianças e inseguranças foram lançadas após a reunião às portas fechadas realizada, nesta quinta (27), no plenarinho. Dois assuntos dominaram as discussões.
Uma delas foi a denúncia oferecida pelo Ministério Público contra o prefeito, Galileu Machado (MDB) por nomear a esposa do vereador Renato Ferreira (PSDB) para cargo de gerente de alvará de fiscalização em 2017.
O outro é referente às denúncias feitas ao Ministério Público pelo Sargento Elton (Patriota) relatando trocas de favores entre empresas terceirizadas e a administração da câmara.
A reunião
A reunião às portas fechadas foi solicitada por Renato Ferreira após o PORTAL CENTRO-OESTE publicar a denúncia oferecida pelo MP contra o prefeito. Ele tentou se explicar aos vereadores e se justificar. Leu um documento alegando que a nomeação tem embasamento jurídico e legal.
O clima esquentou quando, aproveitando a deixa, o vereador Edson Sousa (MDB) cobrou explicações de Ferreira por uma nota oficial emitida pelo PSDB em favor da advogada Adriana Ferreira.
Na coluna dela, no Jornal Agora, ela expôs os valores pagos de IPTU pelo emedebista – que também é autor do pedido de instauração da CPI que investiga lançamentos abaixo da cota básica do imposto. Questionando a exposição e de onde vazaram os dados, Edson a atacou na tribuna.
Fontes do PORTAL, contaram que Renato não alterou o tom de voz, apesar das trocas de farpas.
Clima tenso
Não bastasse, os vereadores aproveitaram para lavar as roupas sujas. Foi quando então, Eduardo Print Jr. (SD) leu uma denúncia apresentada por Sargento Elton ao Ministério Público.
Nela, ele alega ter áudios gravados com um ex-assessor da câmara – com 16 anos de atuação – relatando que há cotas de terceirizados para a eleição da presidência da câmara. Ele ainda reafirma a existência da conhecida “rachadinha” – quando os assessores devolvem parte do salário recebido aos parlamentares.
O ex-assessor ainda declara que todos os que votaram a favor da atual Mesa Diretora receberam cargos e que a prática também existe na prefeitura.
Insegurança
A exposição da denúncia fragilizou a relação de Sargento com os demais parlamentares, isso porque ela colocou todos em uma única vala, ou seja, como se as supostas irregularidades fossem cometidas por todos, inclusive aqueles mais próximos dele.
Na reunião de quinta (27) um recado claro foi passado ao vereador pelos demais: ou ele prova as denúncias ou terá que responder à Comissão de Ética da Câmara.
Posição
A reportagem do PORTAL tentou falar com o vereador na quinta (27) à noite e hoje, ao longo do dia, buscou informações pelo WhatsApp. Ele confirmou ter protocolizado a denúncia, disse que foi ouvido na semana passada pela promotoria, entretanto que os áudios tem outro teor.
Entretanto, não disse qual seria o assunto do áudio.