A falta de leitos para pacientes de alta complexidade na região Centro-Oeste de Minas tem atingido diretamente a população de Itaúna. Os casos de pacientes de alta complexidade são aqueles que necessitam de cirurgia neurológica, cirurgia cardíaca, oncologia, cirurgias vasculares e casos de amputação, entre outros. Sem vagas nos hospitais regionais, o Pronto Socorro municipal tem tido que buscar leitos em Belo Horizonte e nem sempre o resultado está sendo positivo.
De acordo com a Secretária Municipal de Saúde, Ângela Gonçalves do Amaral, são de responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde e do Governo Federal os casos considerados de alta complexidade. Ainda de acordo com ela, as ações do Sistema Único de Saúde (SUS) que cabem ao município são aquelas consideradas de atenção básica e questões de baixa e média complexidade.
“Casos de Acidente Vascular Cerebral – AVC, politraumatismo e infarto agudo do miocárdio, por exemplo, após serem estabilizados, devem ser transferidos para um hospital com suporte adequado, que atenda ao estado clínico do paciente. A dificuldade que nós estamos tendo é justamente fazer essa transferência/internação do paciente para um hospital que tenha as condições necessárias para atendê-lo”, explicou Ângela.
A Secretária de Saúde relatou também que a Prefeitura de Itaúna chegou a pleitear junto ao estado o credenciamento do Hospital Manoel Gonçalves para fazer procedimentos como a neurocirurgia.
“O município não pode simplesmente querer fazer, ele depende do aval da Secretaria Estadual de Saúde, que tem que vir e credenciar o hospital. A equipe do Estado esteve aqui avaliando o Hospital Manoel Gonçalves e chegou-se a conclusão que o hospital só poderia receber o aval do SUS para fazer neurocirurgia se houvesse, além da equipe de profissionais, um aporte de outros equipamentos necessários para realizar a neurocirurgia e o aumento no número de vagas do CTI [Centro de Terapia Intensiva]”, esclareceu.
São João de Deus
O SUS oferece atendimento através do que é chamado de Rede de Atenção. Itaúna é atendida em casos de alta complexidade pelo Hospital São João de Deus, em Divinópolis, como toda a região Centro-oeste, que conta com 54 municípios.
“O São João de Deus tem apresentado muita dificuldade em oferecer vagas e atendimento. A consequência disso tudo é que esses pacientes têm ficado aqui no Pronto Socorro, sem conseguirmos transferi-los. Temos feito contatos em Belo Horizonte, mas lá também está sem vagas e nós estamos vivendo uma situação realmente difícil”, concluiu a Secretária de Saúde de Itaúna.